professores Foto: Franklin de Freitas

Professores deixam galerias da Assembleia após ordem de retirada

Sob gritos de “eleição sim, golpe não” dos professores que lotaram as galerias do plenário, a Assembleia Legislativa aprovou, hoje, em dois turnos, projeto do governo que prorroga o mandato dos atuais diretores de escolas públicas estaduais, cancelando a eleição marcada inicialmente para o próximo dia 26.

Um manifestante chegou a invadir o plenário da Casa, e foi retirado pelos seguranças a pedido do líder do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB), e por ordem do presidente do Legislativo, Valdir Rosssoni (PSDB). Logo em seguida, todos os professores acabaram sendo retirados por determinação de Rossoni. (veja vídeo abaixo)

Na confusão, quatro professores teriam ficado feridos, segundo a APP Sindicato. Um deles com suspeita de fratura no braço.

O governo alega que o objetivo da proposta é aprimorar o processo de escolha dos diretores. A APP é contra, afirmando que não se pode mudar as regras do jogo às vésperas da eleição. Na semana passada, o projeto não foi votado por falta de quórum, porque deputados de oposição – com a ajuda de parlamentares da base governista – esvaziaram o plenário e derrubaram a sessão.

Hoje, a liderança do governo conseguiu colocar sua maioria em plenário, e garantiu a aprovação do projeto em segundo turno por 33 votos favoráveis e 13 contrários. Para liquidar a votação em um único dia, o plenário foi transformado em comissão geral a pedido da bancada governista.

Durante toda a sessão, professores mobilizados pela APP pressionaram os deputados a rejeitarem a matéria. Por diversas vezes, Rossoni teve que interromper os discursos para pedir silêncio das galerias.

O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), defensor da medida, chegou a ser chamado de “mercenário” por um manifestante, ao lembrar da queda do Paraná no Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb). “Me criei no combate à ditadura. Venho do movimento estudantil. Não é um grito ou outro que vai fazer com que eu me cale”, disse.

O líder da bancada do PT, deputado Tadeu Veneri, fez côro aos manifestantes, contestando os argumentos do governo. Segundo ele, o projeto é inconstitucional porque altera as regras de uma eleição que já estava em andamento. “Seria como em setembro, às vésperas da eleição, a Justiça Eleitoral prorrogar os mandatos do presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais”, comparou.