O deputado estadual Maurício Requião Filho (PMDB) abriu hoje os trabalhos da Assembleia Legislativa apresentando uma denúncia anônima que ele diz ter recebido na semana passada, envolvendo um suposto esquema de sonegação de impostos encabeçada pela Refinaria de Manguinhos – uma distribuidora de combustíveis com origem no Rio de Janeiro.
Segundo a denúncia, essa refinaria teria se instalado no Paraná em 2008, depois de ser acusada de irregularidades no RJ e ter seu registro negado pelo Estado de São Paulo. A partir de 2011, de acordo com o deputado, ela passou a acumular débitos com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) que atualmente já somariam R$ 1 bilhão. A empresa – que seria de propriedade de Ricardo Magro – usaria precatórios e créditos “podres” do ICMS para quitar dívidas com o Fisco estadual. Além disso, ela faria acordos se comprometendo a pagar suas dívidas com a Receita para conseguir a liberação de cargas. “Pagavam a primeira parcela, e depois não pagavam mais”, afirmou o parlamentar.
Requião Filho disse que o mesmo esquema envolveria a recém criada Câmara de Compensação de Precatórios, e teria a participação de uma rede de farmácias e uma rede de supermercados paranaense. Ainda segundo o peemedebista, deputados teriam envolvimento nesse esquema, que dependeria ainda da conivência de procuradores, integrantes do Judiciário. Requião Filho não quis dar nomes, alegando que se trata de uma denúncia anônima, e afirmou esperar que o Ministério Público investigue o caso e apure a veracidade da denúncia. Ele disse que o dossiê teria mais de cinco mil páginas, sendo 20 páginas da denúncia propriamente dita, e as demais de documentos.
