Ao contrário da semana passada, quando recebeu dezenas de amigos no salão de festas do seu prédio em São Paulo, o ex-ministro José Dirceu (PT) preferiu acompanhar o julgamento desta quarta-feira, 11, no Supremo Tribunal Federal (STF) ao lado de familiares. A movimentação na porta do prédio de Dirceu é pequena nesta tarde.

Um dos poucos que chegou ao local foi o advogado e amigo da família Pedro Maciel. Ele comparou o caso de Dirceu ao de grandes líderes da História do Brasil. “Esse rótulo (da corrupção) já colaram em Getúlio Vargas, em João Goulart, em Juscelino Kubitschek e agora infelizmente colaram no Zé Dirceu”, disse o amigo, que reclamou da espetacularização do caso Dirceu. Pedro Maciel usou o caso Siemens, em que membros do PSDB são citados, como contraponto.

Pedro Maciel disse também que Dirceu já estava condenado antes do julgamento começar. “O Zé já estava condenado, tanto que foi necessário importar teoria, refazer entendimento jurisprudencial”. O amigo do petista reclamou ainda da gestão de Roberto Gurgel à frente da Procuradoria Geral da República (PGR). “Sob a coordenação de Gurgel, a Procuradoria prestou o papel que se aproximou daquilo de mais fascista na história moderna da humanidade”.

Informado sobre o placar do julgamento, que indicava 3 a 1 a favor dos embargos, o advogado disse que a sua expectativa técnica “era pelo acolhimento dos embargos infringentes”. “Isso recoloca ordem na desordem imposta pelo Joaquim Barbosa, que capitulou na ausência de provas e adequou a teoria do domínio do fato à necessidade da demanda imposta àqueles que se deixaram cooptar”, disse o amigo.