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Há três décadas, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) trabalha pela conservação da biodiversidade, com atenção especial à Floresta com Araucária e à Floresta Atlântica. Para celebrar esses anos de luta e resultados alcançados em favor da manutenção do patrimônio natural, a instituição recebe parceiros e amigos para um recital de piano e coquetel de confraternização na próxima quarta-feira (16), às 19h30, no Pequeno Auditório do Teatro Positivo. 

Entre as parcerias estabelecidas pela SPVS ao longo dos anos, o local escolhido para o evento reflete uma das mais antigas, com o Grupo Positivo, atualmente por meio do Instituto Positivo. Desde 2003 o Grupo viabiliza a conservação da Mata do Uru, que foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A reserva fica no município da Lapa (PR) e é um remanescente de Floresta com Araucária com cerca de 130 hectares. 

Além das ações de conservação, atividades de educação para a conservação e pesquisas científicas com a fauna e flora são desenvolvidas no local. A parceria representa um dos mais longos processos de pagamento por serviços ambientais do Brasil e, ano passado, permitiu ainda que a Posigraf fosse a primeira indústria brasileira a conquistar o selo da Certificação LIFE, a primeira certificação de biodiversidade existente no mercado. 

Essa é uma das iniciativas inovadoras da SPVS ao longo de seus 30 anos. O Programa Desmatamento Evitado estabelece um mecanismo de “adoção de áreas”, em que a SPVS identifica e cadastra proprietários e os aproxima de empresas interessadas em apoiar a eles e a conservação. Até hoje, mais de 4.500 hectares de remanescentes foram adotados nos três estados do sul do país. 

O evento de celebração vai contar com o recital “O Brasil em Sons e Imagens”, em que a música de Heitor Villa-Lobos interpretada pela pianista Salete Chiamulera vai harmonizar com as imagens de natureza do cineasta e fotógrafo Haroldo Palo Jr. A artista plástica Kitty Harvill, que ilustra temas de natureza, incluindo o papagaio-de-cara-roxa, espécie que é foco de um dos projetos da SPVS, também participa do evento e o fotógrafo de natureza Zig Koch cedeu duas de suas exposições para exposição no local. Os convidados serão recebidos em um coquetel com produtos orgânicos da Lapinha SPA. 

30 anos de conservação 

A SPVS nasceu no início dos anos 80 com a motivação de seus fundadores em buscar espaço para possibilidades no campo da conservação da biodiversidade no Paraná.    

Hoje, é reconhecida como uma das organizações do terceiro setor conservacionistas mais atuantes no Brasil. As principais características de seu trabalho são a inovação, o atendimento a prioridades e a construção de parcerias.  Tudo isso por meio da profissionalização da instituição, que hoje conta com mais de 50 funcionários especializados na área. Ainda, a SPVS busca sempre atingir resultados em escala, que sejam incorporados nos negócios e nas ações governamentais como essenciais às atividades econômicas e à qualidade de vida da sociedade. 

Entre as iniciativas da SPVS, estão o Condomínio da Biodiversidade (ConBio), que já visitou quase mil propriedades urbanas em Curitiba e Região Metropolitana que contam com remanescente natural a fim de orientar os proprietários sobre a conservação e está envolvido na criação de 12 das 15 RPPNs municipais existentes em Curitiba. Também se destaca o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, que em 15 anos de trabalho no litoral do Paraná e de São Paulo contribuiu para a saída da espécie daLista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, que passou de “vulnerável” para “quase ameaçada” no ano passado. 

Um dos trabalhos de maior êxito da instituição é a manutenção de 18.600 hectares das Reservas Naturais das Águas, Guaricica e Papagaio-de-cara-roxa, nos municípios de Antonina e Guaraqueaçaba, na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueça, no litoral paranaense. Desde 1991 a SPVS atua na região com apoio à comunidade – como o Projeto de Meliponicultura –, geração de empregos e renda e de receita para os municípios por intermédio do ICMS Ecológico, pesquisas científicas, manejo de áreas naturais e proteção de espécies ameaçadas que ocorrem  a região. 

A SPVS é hoje uma instituição atenta às evidências crescentes da importância em manter os serviços ambientais a partir de esforços de conservação de áreas naturais, fundamentais para a manutenção da qualidade de vida. Ao mesmo tempo, busca esclarecer a sociedade do valor intrínseco da conservação, uma premissa de sociedades humanas desenvolvidas cultural e economicamente.