Iraquiana Zaha Hadid fala de sapatos, edifícios e moda
Chrystyan Kishida - [email protected]
| 25/07/2008 às 19:06 | Atualizado em 26/08/2022 às 01:18
MODA
É ARTE
“Prêmio Nobel da arquitetura”,
iraquiana Zaha Hadid fala de sapatos, edifícios e moda
Zaha Hadid é, hoje, um dos nomes mais importantes da arquitetura
mundial. Primeira mulher a ganhar, em 2004, o Pritzker, o “prêmio
Nobel” da área, a iraquiana residente em Londres tem
projetos construídos em cantos diferentes do mundo, de uma
plataforma de esqui na Áustria a uma estação
de trem com complexo de estacionamento de carros na França,
passando por um museu; o Centro Rosenthal para Arte Contemporânea,
nos Estados Unidos.
Entre seus muitos trabalhos idealizados e ainda não realizados
estão um sapato de plástico e mais um museu.
O primeiro chega às lojas em outubro deste ano e foi feito
em parceria com uma empresa brasileira, a Melissa. Sinuoso, de linhas
contínuas, torcidas ao subir envolvendo o tornozelo, acompanha
o mesmo espírito de sua arquitetura orgânica e descontrutivista
(do movimento do Desconstrutivismo, que teve início no final
dos anos 80 e representantes ilustres como Frank Gehry. Tempos depois,
muitos dos arquitetos rejeitaram a definição). O segundo,
o Museu Nacional das Artes do Século 21, em Roma, com inauguração
prevista para 2009, é considerado por Zaha um de seus projetos
mais empolgantes, entre os cerca de 100 tocados pelo escritório
dela atualmente. “Não é mais apenas um museu,
mas um centro com muitas galerias e espaços que estão
entrelaçados e superpostos uns sobre os outros”
Outros assuntos que animam a estrela da arquitetura são o
Brasil e a moda. O país, por conta de Oscar Niemeyer, assumida
forte influência em seu trabalho, motivo de visita ao Brasil
para conhecer o mito e suas criações (ela ficou especialmente
impressionada com a Casa das Canoas, no Rio). Há um projeto
em andamento, ainda, de uma exposição sobre a arquiteta
em território brasileiro, planejada para acontecer no ano
que vem. Já com a moda, Zaha afirma ter relação
“experimental” e gosto pelos japoneses como Issey Miyake
e Comme des Garçons. Profissionalmente, fez mais duas incursões
pelo universo fashion antes da Melissa: criou uma bolsa para a exposição
“Icons”, da Louis Vuitton, de 2006, e um container futurista
que serve como galeria móvel para a mostra “Mobile
Art”, patrocinada pela Chanel, e que exibirá, em várias
cidades do mundo, reinterpretações da clássica
bolsa de matelassê da maison, realizadas por 20 artistas convidados.
Neste momento, o pavilhão criado por Zaha deixou Tóquio
e segue para Nova York.
Elas reinaram nos anos 20, 40 e 80. E não faz muito tempo
estiveram de volta nas principais passarelas do mundo. Saiba mais
sobre as ombreiras! Com elas é oito ou oitenta: ou você
ama, ou você odeia.
As ombreiras apareceram pela primeira vez no século 14 como
parte essencial das armaduras medievais. Tempos depois, elas foram
substituídas pelas dragonas, aquelas tiras aplicadas sobre
os casacos militares. Mas somente na década de 1920 as ombreiras
passaram a ser aplicadas internamente nos paletós masculinos
para conferir um certo ar de poder, força, importância
e destaque. Na década de 1930, o estilista Adrian vestiu
a atriz Joan Crawford com um par de ombreiras bem marcantes, fazendo
com que muitos outros estilistas, como Marcel Rochas e Elsa Schiaparelli
adotassem o look.
Nos anos 40, com a moda tomando rumos bem andróginos novamente,
as ombreiras viraram sinônimo de elegância e austeridade
– já que o clima não era nada descontraído
devido a Segunda Guerra Mundial -, marcando por completo o estilo
desta década. Porém, foi na década de 80 que
elas vieram nas proporções mais exageradas possíveis.
E não só em ternos, mas também em vestidos,
camisas, blusas e casacos. Basicamente, qualquer peça vinha
acompanha de enchimentos *over* nos ombros. Um dos trajes mais típicos
da época, o powersuit, encontrou nas ombreiras o elemento
perfeito para conferir poder e força a quem os vestia. Recentemente,
esses adornos, originalmente criados para proteção
(no caso das armaduras) e maior conforto (no caso dos conflitos
bélicos, onde as ombreiras seviam de alívio para o
peso das mochilas carregadas pelos soldados), retornaram nas principais
passarelas do mundo fashion. Basta lembrar dos desfiles internacionais
para o verão 2007. Balenciaga, Dior, Armani, Alexander McQueen
e principalmente Martin Margiela, só para citar alguns exemplos.
Essa suposta volta – que não deu muito certo, já
que as ombreiras praticamente não saíram das passarelas
e editoriais das revistas – foi motivo de muita discussão
pelos amantes de moda. Na verdade, era um pouco de trauma pós-exagero
dos anos 80. Afinal, as ombreiras do século 21 tinham muito
mais a ver com aquelas usadas nos anos 40 do que nos 80. Elas são
muito mais compactas, definidas e, de certo modo, mais harmônicas.
Quando combinadas, digamos, com uma saia-lápis, blusa de
gola alta e salto alto, fazem o look perfeito. Uma ótima
saída para quem já cansou do visual “quem sabe
ainda sou uma garotinha”. Ah, e a dica que todas as mulheres
vão amar: as ombreiras afinam a cintura.