
O escritório de advocacia Elias Mattar Assad informou, em nota encaminhada à imprensa nesta terça-feira (27) que não faz mais parte da defesa de Edison Brittes e Cristiana Brittes no Caso Daniel, que investiga a morte do jogador Daniel Correa Freitas. Segundo a nota, os desentendimentos pessoais entre Edison e Cristiana Brittes deixaram a continuidade dos advogados de defesa inviável. O casal se separou.
A advogada Caroline Mattar Assad continua na defesa de Allana Brittes. “Na referida data da saída de nossa equipe, as partes Edison e Cristiana estavam com insuperáveis desentendimentos pessoais. Diante do conflito de interesses, eticamente, restou inviável prosseguir nas defesas”, dizia a nota.Não é a primeira vez que a defesa de Edison Brittes abandona o caso. Em 2023, o advogado Cláudio Dalledone saiu da defesa, alegando motivo de “foro íntimo”.
Cristiana Brittes é mulher de Edison Brittes, já condenado a 42 anos de prisão pela morte do Jogador Daniel. A mulher também é mãe de Allana Brittes, que cumpre a pena em liberdade. Os condenados ainda tentam recursos para reverter a pena determinada pelo Tribunal do Júri.
Relembre qual foi o resultado do julgamento do Caso Daniel
Os outros acusados de participação da morte do jogador Daniel, David William Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Evellyn Brisola Perusso e Cristiana, foram absolvidos.
Edison Brittes: pegou 42 anos e 5 meses de prisão.
Condenado por homicídio qualificado (com três qualificadoras: motivação torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de menores; e coação no curso do processo (são cinco vítimas distintas deste crime e ele foi condenado nos cinco casos).
Cristiana Brittes: 6 meses de prisão
Condenada por fraude processual e corrupção de menores. Absolvida das acusações de homicídio qualificado (motivo torpe) e coação no curso do processo.
Allana Emilly Brittes: 6 anos e 5 meses de prisão, inicialmente em regime fechado.
Condenada por fraude processual; corrupção de menores; e coação no curso do processo (cinco imputações, condenada em todas)
David Willian Vollero Silva: absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver
Ygor King: absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver
Evellyn Perusso: absolvida da acusação de fraude processual
Recorde o Caso Daniel
Com passagens por clubes como Botafogo, São Paulo e Curitiba, Daniel Corrêa Freitas jogava no São Bento (SP) quando veio a Curitiba para participar de uma festa de aniversário de Allana Brittes, numa casa noturna de Curitiba em 26 de outubro de 2018. Depois da balada, o jogador e outros amigos de Allana foram para a casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, para dar continuidade aos festejos.
Na casa da família, porém, o jogador acabou fazendo fotos e mandou áudios para um grupo de amigos no WhatsApp se exibindo por estar na cama deitado ao lado de Cristiana Brittes, esposa do dono da casa, Edison Brittes. Depois disso, o marido acabou descobrindo as mensagens enviadas pelo atleta e teve início uma sessão de espancamento, com outros convidados da festa ajudando o pai de Allana.
Após as agressões, Daniel foi colocado dentro do porta-malas de um carro e levado até uma plantação de pinus na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, onde o corpo foi encontrado na manhã seguinte ao crime por um morador da região. Além de ter sido espancado, Daniel foi parcialmente decapitado e teve o pênis decepado.