
Em um tempo em que não se falava em calda de frutas vermelhas, ganache ou chocolate 70%, os doces tinham outra função: alimentar o corpo e a memória afetiva. Eram simples, nada gourmetizados, mas marcantes. Muitos deles foram preparados por avós e mães, passados de geração em geração, e resistem ao tempo em padarias e lojas tradicionais de Curitiba.
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São sabores que remetem à infância, às datas comemorativas em família e às paradas na padaria do bairro. Mesmo com a onda gourmet e a busca por versões mais saudáveis, esses doces continuam sendo procurados. Veja alguns que marcaram gerações e ainda podem ser encontrados pela cidade.
Sonho recheado

“É o carro do sonho que está passando na sua porta. Sonho de nata, de leite, de doce de leite…” Se você cresceu em Curitiba, talvez já tenha ouvido essa chamada. O famoso sonho recheado é um dos doces mais icônicos da cidade. Além do carro do sonho, o doce pode ser encontrado em diversos locais, principalmente em padarias.
- Padaria América: uma das mais tradicionais de Curitiba, oferece sonho pequeno com recheio de goiabada por apenas R$ 2,50.
- Império do Sonho: premiado como o melhor da cidade, tem mais de 20 sabores. Os clássicos (doce de leite, chocolate, goiabada, creme) custam R$ 6. Os especiais, como nata, churros e romeu e julieta, variam entre R$ 7 e R$ 10. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp: (41) 99643-0135.
Doce de abóbora

Tradicional em todo o Brasil, o doce de abóbora também faz parte da memória afetiva dos curitibanos. As versões caseiras são mais difíceis de encontrar, mas a versão industrializada — em formato de coração — ainda sobrevive. O doce é encontrado em supermercados e bancas de jornal no Centro de Curitiba. Os preços variam de R$ 1,50 a R$ 5.
Cueca virada
Também chamada de grostoli, orelha de gato ou calça virada em outras regiões, a cueca virada tem origem italiana e chegou ao Brasil com os imigrantes. Em Curitiba, ela ganhou espaço nas vitrines das padarias, especialmente no inverno.
- Excelência do Pão (Av. Vicente Machado, 64 – Centro): cinco unidades saem por R$ 12,95.
Bala Zequinha
Ícone paranaense, a Bala Zequinha marcou a infância de muitos curitibanos. Criada nos anos 1920 por imigrantes poloneses, a marca virou fenômeno nos anos 1970 e 1980, com direito a álbum de figurinhas e campanhas do governo estadual. Embora o doce não seja mais fabricado, as figurinhas ainda estão à venda em uma lojinha virtual. Os preços variam de R$ 3,50 a R$ 500, dependendo da quantidade e raridade.
Canudo com doce de leite

Feito com massa folhada ou casquinha de sorvete, o canudo com doce de leite ainda pode ser encontrado em padarias, bancas e lojas do centro. Os preços variam entre R$ 1,50 e R$ 6, dependendo do local e do tipo de massa.
Pipoca doce
Também conhecida como pipoca de isopor, a pipoca doce colorida continua sendo um sucesso entre crianças e adultos. Pode ser encontrada em bancas de revistas, mercadinhos e lojas de doces. O pacote custa entre R$ 3 e R$ 4,50.
Maria Mole (ou Maria Bonita)
De origem paulista, a Maria Mole foi presença constante nas lancheiras da geração Y. Hoje, não é tão comum em Curitiba, mas ainda dá para encontrar. Em lojas online, uma caixa com 50 unidades sai por R$ 42,50.
Suspiro

Também chamado de merengue, o suspiro é feito com claras e açúcar e tem uma textura inconfundível. Apesar de ter origem europeia, é bastante popular no Brasil e sobrevive nas panificadoras e supermercados. O pacote da marca Romanha, com 100g, custa R$ 12 nos supermercados de Curitiba.
Por que o doce nos dá prazer?
Muito além do sabor, o doce mexe com o cérebro. Comer algo açucarado ativa o sistema dopaminérgico, que libera dopamina, associado à sensação de prazer e recompensa. É o mesmo sistema que nos motiva a buscar aquilo que nos dá satisfação. Não é à toa que doces estão entre os alimentos mais irresistíveis.
Mas o consumo em excesso é um alerta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o limite de 50g de açúcar por dia, já que o exagero pode causar doenças como diabetes e problemas cardíacos.