Divulgação – Carlos Fernando (de bandana) foi encontrado morto em São Paulo.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O músico, arquiteto e artista plástico Carlos Fernando Nogueira, ex-vocalista da banda Nouvelle Cuisine, foi encontrado morto em seu apartamento, no centro de São Paulo, nesta quarta (6).

Nascido em 1959, Carlos Fernando cantou em dois discos do grupo de música instrumental Nouvelle Cuisine.

Formado por músicos como o baterista e vibrafonista Guga Stroeter e o guitarrista Maurício Tagliari, hoje diretor da gravadora YB Music, o conjunto fez sucesso no fim dos anos 1980 e início dos 1990 com releituras ousadas e ‘pós-modernas’, na definição de Stroeter, de standards de jazz.

O conjunto foi criado em 1997 a partir de sessões de improvisação na casa de Stroeter, que era amigo de Carlos Fernando dos tempos de escola no Colégio Equipe -mais ou menos a mesma turma de outros nomes que viriam a trilhar carreira artística, como Arnaldo Antunes e Paulo Miklos, que mais tarde formariam os Titãs.

A banda logo fez sucesso na noite paulistana e acabou contratada pela gravadora Warner, sob a qual lançou dois álbuns: “Nouvelle Cuisine” (1988) e “Slow Food” (1991).

Durante seu auge, do fim dos anos 1980 até meados dos anos 1990, a banda de jazz chegou a fazer parcerias com grandes nomes da MPB, como Angela Maria, que cantou a música “Bons Amigos” com o grupo, e Gal Costa, que interpretou a faixa “Notas” no segundo disco do conjunto, “Slow Food”.

Após esse segundo trabalho, Carlos Fernando começou uma carreira solo, ainda em paralelo com a banda, da qual posteriormente se separou, mantendo os relacionamentos com os amigos.

O Nouvelle Cuisine ainda lançaria mais dois discos -“Novelhonovo”, em 1995, pela gravadora Eldorado, e “Free Bossa”, em 2000, pela Brazil Music- e uma coletânea de sucessos e raridades.

No período solo, Carlos Fernando gravou e fez shows com nomes como a cantora Marisa Monte e o violonista Toninho Horta.

Como artista gráfico, Carlos Fernando foi o responsável pela direção artística de livros de poesia e de álbuns como “Fina Estampa” (1994), de Caetano Veloso.

Nos últimos anos, Carlos Fernando foi coordenador de arquitetura e identidade visual da Secretaria de Estado da Cultura e da Poiesis.

Nesse posto, ele foi autor do projeto de reforma arquitetônica e museográfica da Casa Guilherme de Almeida, antiga residência do poeta, no bairro Pacaembu, em São Paulo.

Em junho de 2012, Carlos Fernando foi cocurador e museógrafo da exposição “De uma Estrela a Outra”, sobre o poeta Giuseppe Ungaretti, na Casa das Rosas.

Segundo vizinhos, o corpo do artista foi encontrado no quarto de seu apartamento e há sinais de que ele havia morrido há dois ou três dias.

Ainda não há informações sobre o velório ou a causa da morte do artista.