SAMANTHA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ – A parada forçada pela Copa do Mundo, os estoques em alta e a desconfiança do empresário levaram a indústria a acentuar sua crise em junho. No mês, a produção industrial recuou 1,4%, a quarta queda seguida no ano, segundo dados livres de afeitos sazonais. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (1º).
O resultado veio um pouco melhor do que as previsões do mercado, que esperava queda entre 2% e 3%.
Na comparação com junho de 2013, indústria registrou recuo de 6,9%, no segundo pior resultado nessa comparação desde 2003, abaixo apenas de junho de 2009, quando houve queda de 10,7% durante a crise econômica mundial.
Na comparação com o mês imediatamente anterior, o setor já vinha de três quedas, nos meses de março, abril, maio, de, respectivamente, 0,7%, 0,5% e 0,8%, segundo dados revisados (para baixo).
Assim, o índice acumulado neste ano já soma uma queda de 2,6%, e em 12 meses, de 0,6%.
O setor também é afetado por juros maiores, crédito restrito, inflação elevada e especialmente empresários com menos disposição de investir nesse ano.
O mercado de trabalho também tem mostrado sinais de arrefecimento, sem a entrada de mais mão de obra no mercado, tirando da população a disposição para consumir.
DURÁVEIS
Fortemente sensível à taxa de juros e ao crédito, o setor da indústria que produz bens duráveis (como automóveis e eletrodomésticos) levou um forte tombo e recuou 24,9% em sua produção frente ao mês anterior.
Na comparação com junho do ano passado, a queda é de 34,3%.
Segmento mais sensível ao humor do empresário para investir, o setor de bens de capital, que produz máquinas e equipamentos, caiu 9,7%, na comparação com maio e 21,1% na comparação com junho de 2013.
A compra de máquinas e equipamentos é reflexo direto da confiança do empresário com o futuro da economia, e a queda nesse quesito mostra a desconfiança do grupo.
Dos 24 ramos acompanhados pelo IBGE, a indústria perdeu produção em 18.