Vácuo
Todos os atos do governador Roberto Requião assinados desde a última segunda-feira podem ser considerados nulos caso alguém resolva discuti-los na Justiça. É que na segunda-feira, Requião enviou à Assembleia Legislativa carta de renúncia ao cargo. E apesar de na carta o governador ter previsto para quinta-feira, 1º de abril, a avaliação de deputados da própria base governista é que a renúncia passa a valer a partir do momento em que é lida no plenário da Assembleia, pela Mesa Executiva da Casa. Ou seja, por esse raciocínio, o Paraná estaria neste intervalo de três dias, sem governador, já que Orlando Pessuti só assume amanhã, no final da tarde.

Nulos
Entre os atos que Requião assinou nesse período de “vácuo” da chefia do Executivo está a lei que reestrutura os salários dos Policiais Militares e a que aumenta os salários dos policiais civis. Antes de transmitir o cargo para Pessuti, ele deve ainda assinar o reajuste do piso salarial regional para os trabalhadores da iniciativa privada, aprovado na segunda-feira pela Assembleia. Todos esses atos podem ser contestados e anulados na Justiça caso prevaleça o entendimento de que a renúncia passou a valer no momento em que foi encaminhada e lida oficialmente pelo Legislativo.

Novo estilo
Tudo indica que não vai levar muito tempo para que Requião se estranhe com Pessuti depois entregar o cargo ao vice. O governador já sai dando ordens. Ontem, afirmou que o vice vai manter o mesmo tom nas reuniões da “escolinha”. Só que todo mundo sabe que o estilo de Pessuti é outro. E não tem nenhum interesse em alimentar as picuinhas e brigas pessoais de Requião.

Antecipação
A Assembleia antecipou para as 9 horas da manhã a sessão de hoje, que normalmente as quartas-feiras acontece no período da tarde. É quase certo que o quórum será baixíssimo e que a sessão seja relâmpago, já que a maioria dos parlamentares vai querer aparecer na reunião de despedida do governador Roberto Requião (PMDB), no teatro Guaíra, as 10 horas.

Protesto
Coincidentemente, a União Paranaense dos Estudantes (UPE), marcou para hoje às 9 horas, nova manifestação para cobrar a investigação das denúncias de funcionários “fantasmas”, desvio de salários, atos secretos e outras irregularidades na administração da Casa. Mais um motivo para os parlamentares não quererem aparecer na sede do Legislativo hoje.

Afastamento
O procurador-Geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior, anunciou ontem que vai pedir o afastamento do diretor do departamento de pessoal da Assembleia Legislativa, Cláudio Marques da Silva. O motivo foi a recusa do servidor de responder aos questionamento dos promotores, em depoimento no inquérito que investiga as denúncias contra a Assembleia. Segundo Olympio, se a direção da Assembleia não afastar o funcionário, o MP vai recorrer à Justiça. Na visão do procurador Geral, ao se recusar dar informações, o diretor da AL acaba indiretamente assumindo o envolvimento nas irregularidades.

Sem imunidade
Olympio também negou ter isentado integrantes da Mesa Executiva da Assembleia, incluindo o presidente, deputado Nelson Justus (DEM), de responsabilidade nas eventuais irregularidades apontadas pelas denúncias. Segundo ele, ninguém estará imune das investigações do MP, independente do cargo que ocupe no Legislativo. “Todos aqueles que praticaram qualquer tipo de irregularidade serão objeto de investigações do MP”, garantiu.

Ô coitado
O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), afirmou ontem que o Legislativo estaria sendo “vilipendiado”. Recebeu o apoio do vice-presidente da Casa, deputado Antonio Anibelli (PMDB), segundo o qual o parlamento estadual “não pode se curvar”. Anibelli ainda deu a entender que as denúncias vão acabar em pizza, pois os deputados vão acabar se reelegendo, independente das acusações da imprensa. “Sabemos como funciona. Na hora da eleição é o eleitor que escolhe”, disse.

Stand by
Diretor presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek deve deixar o cargo nos próximos dias. Vai ficar de “stand by” para a possibilidade de ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Osmar Dias (PDT). Ou até para ser candidato próprio do PT ao governo, caso a aliança com Osmar não vingue.

Espaço
O problema é que os pedetistas não querem nem ouvir falar em Samek como vice de Osmar. Insistem que o nome ideal é de Gleisi Hoffmann, candidata petista ao Senado. “Se não depois eles  (o PT) nos abandonam no meio do caminho”, justifica o deputado Fernando Scanavacca (PDT). Segundo ele, Gleisi como vice também abriria espaço para composição com o PP, que quer Ricardo Barros como candidato ao Senado. E até para o PMDB, caso Pessuti desista de disputar o governo.

Entra e sai
Enquanto Reinhold Stephanes (PMDB) deixa hoje o Ministério da Agricultura para disputar a reeleição de deputado federal, outra paranaense, Márcia Lopes, do PT de Londrina, assume o comando do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A cerimônia de posse de Márcia, que substitui Patrus Ananias, será às 11 horas em Brasília.

Certeza?
Ontem pela manhã, o presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), ao receber a carta de renúncia do ex-prefeito Beto Richa (PSDB), passou a mão no telefone e ligou para o correligionário dizendo que ainda havia tempo para desistir. Derosso brincou, dizendo que poderia rascar a carta. Beto respondeu que a decisão estava tomada e que quer ser governador.

Limpa
O presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Carlos Budel (PSDB), demitiu no dia de ontem 33 ocupantes de cargos comissionados da Casa. Segundo ele, a medida vai permitir uma economia de R$ 1.751.000,00 ao ano nas despesas Legislativo municipal. Além dessa medida de redução de gasto com pessoal, está havendo contenção de despesas com custeio. Budel alegou que as demissões foram motivadas pela Emenda Constitucional que determinou a redução de 6 para 5% o limite de despesa da Câmara em relação à receita do município. Com as demissões, os vereadores passam a ter dois assessores cada, ou seja, metade, e a Mesa Diretora, nenhum.

Parabólica
A UFPR está substituindo parte do seu acervo bibliográfico com a aquisição de quase 15 mil novos exemplares de livros. Além disso, uma parcela das novas obras também formará a biblioteca dos novos cursos da universidade. A nova aquisição corresponde a cerca de 3,5 mil títulos e custou R$ 982 mil.

Em alta
O desembargador Celso Rotoli de Macedo foi eleito presidente do Tribunal de Justiça do Paraná  para um mandato-tampão de seis meses. Ele assume o cargo em julho, assim que o atual presidente do TJ, desembargador Carlos Hoffmann, se aposentar. Rotoli teve 72 votos .

Em baixa
O presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) e prefeito de Castro, Moacyr Elias Fadel Junior, pedirá ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, uma solução para as quedas drásticas do FPM. As prefeituras paranaenses perderam 21,08% de recursos do FPM de janeiro a março .