Hackers invadiram o site do governo www.crise.pr.gov.br e publicaram foto em que o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) aparece dando entrevista nas Bahamas para um repórter da TV Educativa. Em torno dele, pessoas falam ao celular. A foto complicou a situação de Pessuti, que havia negado denúncia de que teria gasto R$ 5 mil com a conta de celular, alegando que os telefones estavam sem funcionar por conta de uma pane.
Desmentido
A foto é a mesma que foi divulgada à imprensa na segunda-feira pela assessoria do vereador tucano Professor Galdino (PSDB), autor da denúncia, questionando as afirmações do vice de que os celulares não funcionavam. Pessuti alegou que teria usado os telefones do hotel. Segundo Galdino, o vice-governador gastou R$ 5 mil em seis dias e foi, depois, ressarcido pelos cofres públicos.
Recibo
Pelo jeito, as críticas feitas pelo senador Osmar Dias (PDT) em entrevista ao Jornal do Estado, sobre a condução da administração estadual, “pegaram no fígado”. O governador Requião promoveu ontem um risível espetáculo de ginástica verbal, ocupando boa parte da “Escolinha” para tentar rebater a informação de que os investimentos de seu governo são abaixo dos 3% da receita anual. Para quem posa de auto-suficiente e diz não se importar com críticas de adversários e da imprensa, Requião deu toda a pinta de que sentiu o golpe. Tanto que, no final da “Escolinha” de ontem, passou o recibo do incômodo com os questionamentos de Osmar ao determinar que sua assessoria distribuísse cópia dos dados a todos os pré-candidatos ao governo.
Sofismas
No esforço para justificar o injustificável, o peemedebista somou, aos investimentos do governo, recursos da Copel, Sanepar, Detran, Compagás e Cohapar. O detalhe é que Copel, Sanepar e Compagás são empresas que cobram pelos serviços prestados aos cidadãos e clientes — portanto, não podem ser considerados parte de investimentos estatais. E a Cohapar trabalha basicamente com recursos federais.
Decadência
A verdade é que Requião não se conforma com a sensação de “fim de feira” e de paralisia que transparece em seu governo, em especial no segundo mandato. E com o fato de que a maioria dos paranaense não terá muito o que lembrar, a não ser as bravatas e gafes do governador, quando pensar nesse período.
Calado até o fim
Mesmo sabendo que todo o favoritismo da escolha do candidato do PSDB ao governo do Estado recai sobre o prefeito Beto Richa, o senador Álvaro Dias promete manter a compostura até o final. Dias não pretende tornar público o que pensa da possível renúncia de Richa a três anos de mandato na Prefeitura da Capital para entrar na disputa pelo Palácio das Araucárias. “Minha posição ficará clara nas reuniões do partido”.
Sem esperança
O outro irmão Dias, o senador Osmar (PDT), já não parece muito otimista em relação a uma composição com o PSDB para disputa das eleições de outubro no Paraná. “Pelo visto, as coisas já estão definidas pelos lados do PSDB”, comentou, em clara alusão à “preferencial” candidatura própria dos tucanos.
Sem registros
Quanto mais as eleições de outubro se aproximam, mais aumenta a expectativa em relação à divulgação de números sobre a disputa pelo governo do Estado. Os curiosos, porém, terão que acalmar os ânimos. De acordo com informações da assessoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR), até o momento nenhuma pesquisa foi registrada. De acordo com a legislação eleitoral, a partir do último dia 1º, só poderão ser divulgadas pesquisas que tenham sido registradas. Em caso de descumprimento, os responsáveis pela divulgação dos números poderão ser multados em até R$ 100 mil.
Unila
O presidente Lula sancionou, ontem, em Brasília, o projeto que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu. Com isso, o Brasil conta com 56 universidades federais; o Paraná, com três. Com a agenda atrasada e lotada, Lula não se pronunciou e nem atendeu a imprensa após a solenidade.
Aperto
Os funcionários públicos da prefeitura de Foz do Iguaçu começaram o ano com a corda no pescoço. Como se não bastassem o aumento de gastos nessa época com impostos e outras despesas, a prefeitura atrasou o pagamento, e os servidores não receberam parte dos salários de dezembro, muito menos o adicional de férias. O prefeito Paulo Mac Donald (PDT) prometeu que os valores seriam depositados ainda ontem.
Ano novo, despesas velhas
No governo do Estado ainda é 2009. Ao menos é o que dá a entender a falta de atualização do Gestão do Dinheiro Público — página oficial na internet que se propõe a disponibilizar mensalmente dados sobre gastos e contratos do Estado. Até o momento, porém, passados mais de dez dias de janeiro, o site, que traz a relação de despesas de secretarias e órgãos da administração estadual, não foi abastecido com nenhuma informação de 2010.
- Os brasileiros terão a partir deste ano um novo instrumento para acompanhar o que os administradores públicos estão fazendo com o dinheiro dos impostos. A Lei Complementar 131/09 estabelece que, até o dia 27 de maio próximo, informações relativas à execução orçamentária sejam publicadas pela internet, em tempo real. A determinação é aplicável, inicialmente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e os Municípios com mais de 100 mil habitantes. No caso do Paraná, dezesseis prefeituras, entre elas a Capital, Londrina e Maringá, terão que cumprir essa nova obrigatoriedade.