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Imagem ilustrativa (Rodrigo Nunes/MS)

Principal causa do câncer de colo de útero, também relacionado a mais outros cinco tipos de cânceres, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) não apresenta sinais ou sintomas na maioria das pessoas. Assim, o vírus acaba por ser transmitido de forma silenciosa, pelo fato de a pessoa desconhecer que contraiu a infecção. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais visíveis ou apresentar manifestações subclínicas, isto é, detectáveis por exames. 

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível. O contágio se dá pelo toque direto com a pele ou com a mucosa infectada, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Também pode haver transmissão da mãe para o bebê durante o parto. 

Após o contágio, as primeiras manifestações da infecção surgem, aproximadamente, entre dois e oito meses. Contudo, pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal. Os sintomas são mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa. A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. Em mais de 90% dos casos, os sinais regridem espontaneamente. 

  • Lesões clínicas: Apresentam-se como verrugas na região genital e no ânus. São tecnicamente denominadas condilomas acuminados e conhecidas popularmente como crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou elevadas e sólidas. Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Na maior parte dos casos, essas lesões são causadas por tipos de HPV não cancerígenos; 
  • Lesões subclínicas: Podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais ou sintomas. Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis, bolsa escrotal ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como área dos olhos e mucosas nasal, oral e laríngea.

Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe. 

Prevenção 

Para a prevenção do contágio por HPV, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática sexual segura, incluindo educação para jovens e promoção do uso e fornecimento de preservativos para pessoas que já iniciaram atividade sexual. Contudo, a prevenção mais eficaz e 100% eficiente – indicada pela OMS – é a vacinação contra o HPV em pessoas com idade entre 9 e 14 anos, preferencialmente antes de se tornarem sexualmente ativas.   

Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina HPV quadrivalente. Em 2024, o Ministério da Saúde atualizou o esquema de vacinação e adotou a dose única contra o papilomavírus humano. A estratégia busca intensificar a proteção contra o câncer de colo de útero e outras complicações associadas ao vírus e permite dobrar a capacidade de imunização com o estoque atual da pasta. 

Podem se vacinar pelo SUS: 

  • Adolescentes entre 9 e 14 anos;
  • Vítimas de abuso sexual;
  • Pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos com idade entre 9 e 45 anos.