Baleias-francas na Praia do Moçambique, em Florianópolis na temporada de inverno 2023. (Divulgação Comunicação R3 Animal)

As gigantes baleias-francas no sul do Brasil continuam na categoria “ameaçadas de extinção”. A situação é delicada. A população está se recuperando, mas muito lentamente. Mesmo com todo o esforço das pessoas conscientes em defesa dos animais marinhos, as consequências da poluição dos oceanos podem ser fatais.

Uma das hipóteses é que a poluição diminui a oferta de alimentos, com isso, animais marinhos como as baleias-francas, e outros, tem se reproduzido mais lentamente do que deveriam. Atualmente, a baleia-franca-austral é classificada como ‘ameaçada de extinção’ na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas do Brasil.

Dia da baleia-franca

Todo 31 de julho é comemorado o “Dia da Baleia-Franca”. As conhecidas ‘gigantes catarinenses’ têm esse apelido popular porque muitas delas nascem no Estado. São mamíferos marinhos da ordem Cetacea, e até hoje foram registrados apenas grupos de no máximo 12 indivíduos.

As datas comemorativas ajudam a trazer o assunto à tona. De fato, muito é preciso fazer para melhorar a vida em geral no Planeta. A consciência ambiental é coletiva, mas as ações começam e dependem de cada indivíduo. Todos podemos ajudar, reciclando o lixo, denunciado o despejo de esgoto nos rios e praias, entre outras atitudes em prol do meio ambiente.

Desde sua fundação no ano de 2000, a equipe da R3 Animal atuou em dezenas de necrópsias de baleias-francas. Entre os motivos da mortalidade estão, inclusive, acidentes envolvendo a colisão com embarcações.

O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM / R3 Animal) executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no trecho 03, na ilha de Santa Catarina.

Confira no vídeo as imagens de duas baleias-francas, avistadas em Florianópolis, na Praia do Moçambique, no início de julho deste ano e registradas pela equipe da R3 Animal.

Gigantes catarinenses

As baleias-francas podem chegar a 17 metros de comprimento e pesar até 90 toneladas. Elas já nascem gigantes, medindo entre 4 e 5 metros e pesando cerca de duas toneladas. São encontradas em águas tropicais, temperadas e circumpolares do Hemisfério Sul.

A baleia-franca (Eubalaena australis) é conhecida por outros nomes populares, como baleia-franca-austral, baleia-verdadeira, ballena franca austral, southern right whale.

Reconhecimento

Ao avistar as cetáceas, algumas características podem facilitar no reconhecimento da espécie. As baleias-francas normalmente vivem nas regiões costeiras, e tem cor escura (as albinas são raríssimas), dorso liso e não tem nadadeira dorsal. Na cabeça ficam expostas quantidades significativas de calosidades – marcas brancas formadas por centenas de pequenos crustáceos chamados ciamídeos (“piolhos de baleia”) com a coloração branca ou amarelada. Essas calosidades são como impressões digitais das baleias.

Em Santa Catarina elas podem ser avistadas com certa facilidade em especial nas praias do Sul. Itapirubá, Gamboa e Siriú são algumas das praias preferidas das gigantes. Mas em todo o litoral catarinense elas podem ser encontradas.

SAIBA MAIS:

“O Dia da Baleia-Franca foi instituído oficialmente pelo Ministério do Meio Ambiente, a partir de proposta do Instituto Australis, em função da constatação do retorno de uma baleia-franca que encalhou há 17 anos, e foi devolvida ao mar. O encalhe foi em 2003 e o retorno foi no dia 31 de julho de 2017, quando a baleia catalogada com o número B291 foi avistada de volta a Santa Catarina pela primeira vez depois do resgate. Como o resgate desta baleia ocorreu no pôr-do-sol, e o retorno foi registrado na Praia do Sol (Laguna, SC), ela recebeu o nome “Sunset”, daí o nome do evento, Sunset da Baleia” (Instituto Australis).

Conheça o Instituto Australis: http://baleiafranca.org.br.

O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A R3 Animal executa o Trecho 3, na Ilha de Santa Catarina.