O futuro é agora para o Olist. A startup curitibana fundada em 2015 pelo CEO Tiago Dalvi cresceu ainda mais em 2020 com a aceleração digital causada pela pandemia.  No ano passado, a empresa – especializada em e-commerce – recebeu um novo aporte no valor de R$ 310 milhões liderado pelo Grupo japonês SoftBank. Em entrevista exclusiva para o Blog, o Coordenador de Marketing do Olist, Igor Castanho, revela que o mercado digital tem muito a crescer ainda no país e que o consumidor está cada vez mais exigente. Castanho explica que quem vai ditar o ritmo de crescimento deste mercado são as empresas. “Isso passa por oferecer comodidade (entregas rápidas e seguras), competitividade (preços na média de mercado, condições flexíveis de pagamento) e sortimento (oferecer tudo o que o consumidor busca numa só loja)”, afirma. E qual o próximo passo do Olist? Descubra nessa entrevista.

Igor Castanho

#MERCADO EMERGENTE                                                                                            

A parcela da população que compra online é minoria em qualquer comparação. Tanto considerando o total de pessoas com acesso à internet, quanto a população como um todo no Brasil. Então, mesmo com a aceleração gerada pela pandemia, ainda existe um potencial imenso de público consumidor. Mas para conquistar esse mercado, o lado da oferta precisa se adaptar. Levar as lojas para o digital foi um primeiro passo. Mas isso ainda é, em grande parte, um processo desestruturado. Muitas vezes o perfil de Rede Social não dialoga com o e-commerce que não dialoga com o ponto de venda físico. O sucesso está em quem conseguir integrar todas essas pontas de um modo que fique praticamente imperceptível para o consumidor final. Um componente importante nesse processo é a tecnologia, mas também envolve uma mudança de mentalidade e estratégia de gestão nas empresas.

#CONSUMIDOR QUER COMODIDADE

O lado do consumidor pode ser impulsionado por alguns incentivos, como a penetração de meios de pagamento eletrônicos (contas digitais, cartões de crédito acessíveis e outras ações) e a massificação de dispositivos de conectividade, como smartphones e computadores. Mas quem vai ditar o ritmo de crescimento desse mercado são as empresas. Isso passa por oferecer comodidade (entregas rápidas e seguras), competitividade (preços na média de mercado, condições flexíveis de pagamento) e sortimento (oferecer tudo o que o consumidor busca numa só loja). É difícil fazer tudo isso e ainda ter uma margem positiva, mas ao mesmo tempo é algo totalmente possível. Entretanto, poucas empresas ainda conseguem dominar essa equação no país e, em geral, são grandes grupos capitalizados. A medida em que mais lojas de pequeno e médio porte conseguirem operar assim, o mercado irá crescer ainda mais.

#LOGÍSTICA

A logística tem um componente relevante nessa equação. O custo do frete é um ponto chave na decisão de compra do consumidor digital. Mas durante muito tempo, os consumidores das regiões que mais cresceram se frustraram com ofertas do tipo “frete grátis para todo o país, exceto Norte e Nordeste”. O mercado está começando a resolver essa discrepância com a expansão de serviços de logística alternativos e com investimentos em estruturas como Centros de Distribuição nessas regiões. Assim está sendo possível liberar uma demanda reprimida que justifica a expansão desses mercados.

#EXPERIÊNCIA DE COMPRA

O consumidor sempre nivela por cima suas experiências de compra. Se determinado e-commerce oferece entregas rápidas e com custo baixo, ele espera que todos os players sejam capazes de fazê-lo. Isso aumenta a pressão por eficiência logística das empresas. Logo, seguiremos vendo novidades neste prisma. Da mesma forma, grandes grupos estão capitalizados e, somado ao contexto de juros baixos, isso deve resultar na continuidade do movimento de fusões e aquisições que já observamos. Como o Brasil tem grande pulverização de players de e-commerce, a concorrência seguirá acirrada, estimulando o aumento de ações de fidelização e recorrência, como oferta de cashback e compras por assinatura. 

#CRESCIMENTO

Assim como todo o setor de e-commerce, o Olist contou com um crescimento expressivo em 2020. A rodada nos fornece potência adicional para seguir nessa onda de expansão, por meio de investimentos em tecnologia, novos produtos, fusões e aquisições. Sempre com foco em gerar valor a todos que interagem com nosso ecossistema, desde vendedores até o consumidor final. Esse segue sendo o foco para os próximos anos, juntamente com a expansão internacional do negócio.