Já imaginou fazer 13 maratonas em um ano? E se essa programação incluir 42 quilômetros na neve, no calor, viajando por vários países? Esse é o caso do gerente de projetos José Eduardo Motta Garcia, de 38 anos, que conta o apoio das marcas Adidas, Polar, Fisionoesporte, Nutricionista Stella Herrmann e o Jornal Corrida.

Quer saber como simplificar o desafio de concluir uma maratona? “Uma das formas de tentar ‘suavizar’ a distância, é pensar que são 3 provas de 14 km. Faço isso para buscar o sub3h, por exemplo, pois sei que tenho que correr cada um dos trechos em menos de 1h”, explica.

 

– Qual é o seu planejamento para 2018? Quantas meias? Quantas maratonas? Quais as principais provas serão realizadas?

Meu calendário de 2018 inclui 13 maratonas e 4 meias maratonas, além de 3 revezamentos e outras provas menores. As maratonas neste ano serão bastante diversificadas, com alguns desafios interessantes. Iniciei em março em Little Rock no Arkansas, famosa por entregar a maior medalha do mundo aos concluintes. Fui o campeão da prova de 5k, na véspera, e o 13º colocado nos 42k, com 2h57min04, garantindo a terceira colocação na faixa etária.

A próxima será Londres, onde farei a minha quinta major (restando apenas Tóquio para completar as seis principais maratonas do mundo). No dia seguinte, também na Inglaterra, faço novamente 42k na St. George’s Day Marathon. Em junho, vou para o Rio de Janeiro, na primeira edição do Desafio da Cidade Maravilhosa, onde farei a meia no sábado e a maratona no domingo. Na sequência, vou até Florianópolis, para os 42k do Mountain Do – Etapa Costão do Santinho e, em julho, a São Paulo City Marathon.

Em agosto, uma experiência inédita para mim. Será a primeira vez correndo na neve, no Mountain Do – Etapa Fim do Mundo, em Ushuaia, na Argentina. Em setembro, duas provas onde o maior adversário serão as altas temperaturas, com as maratonas de Manaus e Salvador. Em outubro, vou até o Equador para a Maratona de Guayaquil, pois um dos meus objetivos é fazer maratonas em todos os países da América do Sul. Na semana seguinte, farei os 42k da Canastra Warriors Marathon, em Minas Gerais. Encerro o ano com a Maratona de Curitiba, em novembro, e o Rei da Montanha, em Mogi das Cruzes, em dezembro.

– Como surgiu essa ideia de fazer várias maratonas ao longo do ano?

As coisas foram caminhando para isso. Sempre gostei de fazer muitas provas, chegando a correr mais de 40 em apenas um ano, entre diversas distâncias. Nos últimos quatro anos, venho dando prioridade para as maratonas, principalmente depois de ter ido pela primeira vez na Maratona de Boston, em 2015. Virou um verdadeiro fascínio pelos 42,195 km. Você vê e vive emoções que não são da mesma forma para as demais distâncias. Os dias e horas que antecedem uma maratona, por exemplo, eu os vivo como se fosse a primeira vez na distância.

– Como são os treinamentos (média de rodagem semanal, atividades realizadas)?

Meus treinamentos não são diferentes do que a maioria faz. Procuro sempre fazer um treino longo (por volta de 30 km) no sábado ou domingo e, durante a semana, vario entre os de ritmo, intervalados ou apenas rodagem, dependendo da proximidade das provas. A média semanal varia entre 70 e 100 km. Também não deixo de fazer fortalecimento 1 ou 2 vezes na semana, pois considero fundamental para encarar uma sequência pesada de provas.

– Como é a preparação psicológica?

Apesar de sempre fazer as maratonas no meu limite, buscando me superar a cada prova, eu me divirto muito correndo os 42k. Gosto de ler sobre a próxima prova, analisar percurso, altimetria, tempos anteriores e conversar com quem já fez, mas não faço uma preparação psicológica específica. Uma das formas de tentar "suavizar" a distância, é pensar que são 3 provas de 14 km. Faço isso para buscar o sub3h, por exemplo, pois sei que tenho que correr cada um dos trechos em menos de 1h.

– Que tipo de dica você pode dar para quem pretende enveredar nas corridas mais longas (meias, maratonas e ultras)?

A principal dica que posso passar é ter paciência e não partir para as maratonas por pressão de amigos ou redes sociais. A evolução deve ser natural, e só você pode saber se está preparado ou não. Eu já tinha seis anos de corrida e muitas provas quando fiz a minha primeira maratona, e não pensava em encarar longas distâncias nos primeiros anos. Vejo muita gente correndo os 42 km sem nenhuma preparação, levando várias horas para percorrer a distância e submetendo o corpo a um grande sofrimento. Isso para mim não é superação.

Veja mais sobre os treinos, as dicas e as provas concluídas por meio do instagram @joseedugarcia, onde Garcia compartilha suas experiências no mundo da corrida.