O que significa andar durante uma corrida? Absolutamente nada! Somos corredores amadores e, por óbvio, estamos sempre tentando melhorar, independentemente do que isso significa para cada um. Para algumas pessoas, correr melhor significa necessariamente ser mais rápido; para outros, aumentar a resistência; um terceiro grupo visa ganhar mais saúde e terminar as provas cada vez melhor; e todos, invariavelmente, procuram se divertir – sem isso, perde-se o prazer no ato de correr.

Para muitos, grupo no qual me incluo, a corrida é um momento de escape da vida real, a hora do dia em que é possível se encontrar consigo mesmo. De certa forma, é como uma terapia, um caminho para encontrar soluções para os problemas cotidianos. Ou seja, já praticamos esse esporte como uma forma de aliviar a cabeça das responsabilidades impostas pelas vidas profissionais e pessoais. A grande questão é: por que se cobrar ainda mais naquilo que deveria ser um lazer, uma diversão?

Claro que colocamos alguns objetivos dentro da corrida. Eu preciso estabelecer algumas metas, que servem até mesmo como motivação para treinar. Neste ano, por exemplo, foquei em aumentar a minha velocidade e consegui cumprir todos os meus objetivos até agora: maratona em menos de 4 horas; meia maratona abaixo de 1h40 (1h37, em São Paulo); 10 kms em menos de 45 minutos (42’45’’); por fim, 5 kms em menos de 21 minutos (20’36’’). Para o ano que vem, a ideia é sempre abaixar um pouco mais (me incluo naquele primeiro grupo).

No entanto, entre a maratona de 2017, em Curitiba, e a de 2018, em Florianópolis, houve uma diferença de quase 30 minutos: de 4h04m59 para 3h38m12. Não andei em Curitiba, mas caminhei duas vezes em Floripa. Tirei um pouco do peso e da responsabilidade de andar: peguei dois copos de água e tomei caminhando, sem sofrimento, sem pressão, antes de voltar a correr e curtir o pórtico de chegada.

Claro que, de alguma maneira, sabia que tinha uma folga de tempo construída em cima de 32 quilômetros correndo dentro daquilo que eu me planejei e treinei para tal. Mas, ainda assim, a pausa no movimento da corrida foi importante para diminuir as dores nas articulações, a sensação de cãibra na panturrilha e o esforço mental de se manter focado por tanto tempo.

O mesmo raciocínio vale para quem corre 5 ou 10 quilômetros. Se o corpo demanda parar, caminhe; se você não gosta de beber água correndo, faça isso (mas lembre-se da etiqueta da corrida). Enfim, aprenda o que te motiva, o que te faz sair da cama para ser um corredor melhor, mas, ao mesmo tempo, tire a pressão pelos resultados e descubra o prazer de correr e os benefícios que esse esporte traz para sua vida.

Você caminha em provas? O que acha disso?