Pedro de Oliveira/Alep

A informação foi levantada hoje pelo líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Nereu Moura, durante audiência pública com representantes de entidades de classe de policiais militares e civis para discutir a retomada da data-base do funcionalismo público, congelada pelo governo Beto Richa até 2019. Segundo Moura, circulam "nos corredores da Assembleia" comentários de que a nova governadora Cida Borghetti (PP) – que assumiu o cargo na última sexta-feira após a renúncia de Richa para disputar a eleição para o Senado – estuda uma forma de dar reajuste salarial para os servidores públicos. 

A medida seria uma forma de Cida iniciar com uma "agenda positiva", impulsionando sua pré-candidatura à reeleição. Não há qualquer confirmação oficial, por enquanto, dessa possibilidade, ou mesmo índice de reajuste previsto. 

Segundo um deputado de oposição, a governadora pode até conceder algum tipo de porcentual de reposição salarial aos servidores, mas dentro de uma margem estreita. É que uma lei proposta por Richa e aprovada pela Assembleia no ano passado instituiu o chamado "teto de gastos", que limita o aumento das despesas do governo em 2018 e 2019 ao índice da inflação acumulada no ano. Como os gastos têm um aumento vegetativo anual de mais de um ponto porcentual, não haveria margem para repor a inflação, que no ano passado ficou pouco abaixo de 3%. 

Uma das mudanças promovidas por Cida Borghetti foi a saída de Mauro Ricardo Costa do comando da Secretaria de Estado da Fazenda. Costa ocupava o cargo desde o final de 2014, quando o governo Richa iniciou o ajuste fiscal, com aumento de impostos e corte de benefícios de servidores, além do uso de recursos do fundo de previdência do funcionalismo para reforçar o caixa do Estado. O ex-secretário era apontado justamente como principal mentor da política de congelamento dos salários dos servidores como forma de equilibrar as contas do governo.