Final de ano chegou e, junto com ele, o que mais? Os trabalhinhos de escola das crianças! Trabalhos, livros, apostilas… não sabe o que fazer? Vamos conversar sobre isso!!

Tenho sido abordada por várias mães, com a mesma pergunta: como guardar os “saldos escolares” do ano que está acabando?

Minha resposta é bem direta: não guarde! Escolha um ou outro trabalhinho do seu filho que possa representar o ano que passou, talvez o último boletim, ou relatório escolar, e desfaça-se do resto!

Parece radical? Então vou te dar alguns argumentos bem objetivos para reforçar o ponto:

 

1. Objetos são objetos. Trate-os pelo que são.

O apego dos pais pelos materiais dos filhos geralmente tem origem no pensamento de que “aquele material tem um pouquinho do meu filho”. Não tem. São apenas coisas. Coisas que foram importantes para o aprendizado do seu filho esse ano, mas o que ele aprendeu, está nele. O que tinha que ser guardado, já foi devidamente armazenado naquele pequeno cérebro-esponja, o que você tem em casa é o bagaço da fruta (por mais colorido e fofo que seja!). Seja grato por poder proporcionar uma boa educação a seu filho, e seja grato a todo esse material que o deu suporte nesse ano, agora ele já cumpriu a função para a qual foi criado, e você pode deixa-lo ir.

 

2. Seu filho não vai sentir falta desse material.

“Mas e se o meu filho quiser rever as atividades?”

Quantas vezes você sentiu falta das suas atividades da época da escola?

Geralmente essa pergunta encerra o assunto.

 

3. Seu filho não gosta tanto assim das atividades dele.

É bem comum as mães dizerem que guardam os materiais porque a criança gosta. Sabe aquele ditado “o que não é visto, não é lembrado”? Deve ter sido criado com base no comportamento infantil.

Vamos pensar friamente: seu filho passa 2 meses pedindo diariamente um brinquedo que ele quer muuuuuito. Aí ele ganha, e em 2 dias o interesse acaba, e o brinquedo fica de lado.

Se ele se comporta assim com os brinquedos que ele ama, porque acha que quer ficar admirando atividades do passado? Seria porque foram criações dele? Os desenhos que ele faz na parede também são, e nem por isso você guarda de recordação, aliás, você tem um surto psicótico antes mesmo de admirar a arte, e pinta de novo a parede assim que possível. Então, acredite, você tem o poder de se desapegar dessa criação toda.

 

4. Você já tem recordações suficientes desse ano.

Dê uma olhada na galeria de fotos do seu celular. Você provavelmente tirou mais fotos do seu filho esse ano, do que seus pais tiraram de você a vida toda.

Acredite em mim, quando você quiser recordar, terá muito mais prazer em olhar fotos e reviver bons momentos, do que olhar para os trabalhinhos que seu filho fez acompanhado de outras pessoas, e que você nem tem muita certeza de qual era o propósito, no fim das contas.

 

5. Se você não se desfizer de todo esse material hoje, você estará procrastinando.

Eu procrastino, tu procrastinas, todo mundo procrastina de vez em quando.

Mas se você pensar nos anos que ainda terá pela frente, e multiplicar pela quantidade de material que está considerando guardar, verá que ao fim da vida de estudos do seu filho, você terá que escolher entre manter o material e ter lugar para guardar papel higiênico.

Simplesmente há uma limitação física. E guardar coisas agora porque “você tem espaço”, é adiar o inevitável. Nosso cérebro prega essa peça de vez em quando, cria justificativas que nos faça sentir menos culpa por adiar decisões, mas você está trocando se desfazer das coisas agora, para ter que mexer em uma pilha de “tralha empoeirada” daqui um tempo. Eu te garanto que é melhor se sentir leve agora, do que alimentar ácaros por mais sei-lá-quantos-anos.

 

Para finalizar, gostaria de te lembrar que as crianças são leves porque vivem intensamente os momentos, e curtem as coisas enquanto lhes dão prazer. Elas estão certas. Errados estamos nós, que criamos justificativas para guardar cada livro já lido, mesmo sabendo que não voltaremos a ler o mesmo título, só porque pagamos por ele, ou algo assim.

Então, pelo menos no que diz respeito aos materiais escolares de seu filho, permita-se ser um pouco criança, e desapegue-se! Logo chegarão os materiais novinhos do novo ano que se inicia, e coisas novas são muito mais legais que coisas velhas. Abra espaço para o novo, e, se possível, aplique esse princípio também para seus pertences!