Se depender do humor do governador Roberto Requião (PMDB), a crise na bancada do governo não deve acabar tão cedo. Parlamentares da base aliada que procuraram Requião nos últimos dias foram tratados como inconvenientes, quase como inimigos. E dizem não ver interesse do governador em mudar seu comportamento irritadiço.
Não é comigo
Os mesmos deputados prevêem que caso não haja uma melhora na condução da articulação política do Palácio Iguaçu, as votações de projetos de interesse do governo na Assembléia, que já andam complicadas, vão ficar ainda mais difíceis. E reclamam que os que deveriam fazer essa articulação estão fugindo de suas responsabilidades para não terem que enfrentar o chefe. Entre os parlamentares que estiveram com Requião nos últimos dias, a preocupação maior é com a saúde do governador. Afirmam que a combinação dos problemas que ele vem enfrentando, com os medicamentos que vem tomando é explosiva e só colabora para aumentar o nível de estresse do peemedebista.
Sem graça
Na “escolinha” de ontem, o governador ironizou a crise na base aliada. Com apenas quatro parlamentares presentes, disse que os deputados que comparecessem a quatro reuniões consecutivas do secretariado seriam contemplados com ambulâncias para os municípios de suas bases eleitorais. A brincadeira sem graça não ajudou em nada a melhorar o humor dos parlamentares de situação.
Painel
A direção da Assembléia se reuniu ontem para analisar propostas de modelos de painéis eletrônicos que a Casa pretende instalar no plenário para controlar a frequência dos deputados às sessões, e as votações. Segundo o presidente do Legislativo, deputado Nelson Justus (DEM), definidas as especificações será aberta a licitação. Concluída a concorrência, a instalação aconteceria em um prazo de 90 dias.
Memória
Por mais que se esforce para esquecer do passado sombrio, o presidente da Cohapar, Rafael Greca (PMDB) sempre tem alguém para lhe reavivar a memória. Na tarde de ontem, o senador Magno Malta (PR/ES), durante pronunciamento no Congresso, lembrou que foi Grega – agora aliado de Requião – o responsável pela proliferação das casas de bingo no país. Greca foi ministro do Desporto e Turismo do governo FHC.
Apertado
Com votação apertada — 22 votos favoráveis e 21 contrários — foi aprovado na tarde de terça-feira o requerimento do deputado Ney Leprevost, que pede informações à Secretaria de Desenvolvimento Urbano. No documento, Leprevost questiona qual o andamento dado por esta Secretaria aos repasses do Fundo de Desenvolvimento Urbano ao Município de Curitiba suspenso em setembro do ano passado e o que motivou essa decisão.
Rombo
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou, solidariamente, Inácio Mendes Filho, ex-prefeito de Mauá da Serra (PR), e a empresa Nerícia Comércio de Produtos Hospitalares ao pagamento de mais de R$ 178 mil, pela não-aprovação da prestação de contas dos recursos federais repassados ao município pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) para aquisição de equipamentos hospitalares. Pelo mesmo motivo, o ex-prefeito e a empresa Catgut Plus foram condenados também ao pagamento de outros R$ 174 mil. Os equipamentos não foram entregues.
Desvio
O ex-prefeito de Nova Aurora, Delmo Raul Passoni, foi condenado pela Justiça por ato de improbidade administrativa. A sentença prevê a suspensão dos direitos políticos por dez anos, e a devolução de R$ 126 mil ao município do dinheiro desviado entre 1999 e 2001. Os recursos teriam sido desviados através de despesas frias e pagamentos a empresas gerenciadas por “laranjas”.
Em alta
Pesquisa do Instituto Brasmarket, divulgada nesta terça-feira pelo jornal Gazeta do Povo, aponta Beto Richa como o melhor prefeito das capitais dos estados da Região Sul. Richa ficou em 1º lugar na soma dos itens, “Excelência Administrativa” e “Excelência Política”.
Em baixa
Para se defender, diretor da Central de Medicamentos do Paraná, Paulo Tadeu Almeida, atribuiu a falta de remédios ao atraso da aprovação do Orçamento na Assembléia . Foi o que bastou para o líder da oposição Valdir Rossoni (PSDB) contra-atacar: “Só cortina de fumaça.”