O senador Osmar Dias (PDT) afirmou ontem não acreditar que a disputa política antecipada tenha influenciado a rejeição, pelo plenário do Senado, da emenda apresentada por ele à Medida Provisória 368, que cancelaria a dívida do Paraná com a União por conta dos títulos podres do Banestado. Nos bastidores, o comentário geral é de que a proposta teria sido abortada por gente do PT e do PMDB paranaense – entre eles o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o governador Roberto Requião – para que Osmar não tivesse o mérito pela solução do caso, e pudesse capitalizar isso nas eleições de 2010. Bernardo é pré-candidato do PT ao governo, e Requião rompeu com o senador desde que ele quase o derrotou na eleição passada.
Principal
Osmar diz que está se empenhando pela solução do problema porque isso interessa ao Paraná, sem a preocupação de capitalizar o mérito pela mesma. “Espero que isso (o veto à emenda por interesse eleitoral) não esteja acontecendo. Da minha parte, o importante é resolver o problema”, garante.
Pano de fundo
Entre os aliados de Osmar, porém, a convicção é de que a orientação do líder do governo Lula, Romero Jucá (PMDB/RR), para que a emenda à MP fosse derrubada no plenário do Senado tem claro fundo político. A avaliação é que o PT paranaense não tem qualquer interesse em “encher a bola” do senador, que desde já é um candidato natural à sucessão de Requião.
Notoriedade
O desconhecido Partido Trabalhista Cristão (PTC) anuncia que pretende lançar candidato próprio a Prefeitura de Curitiba e uma chapa completa de candidatos a Câmara Municipal no ano que vem. E afirma ter a intenção de acabar com a fama de legenda de aluguel dos pequenos partidos. Contraditoriamente, porém, diz que quer aproveitar a notoriedade que a legenda ganhou por conta das polêmicas do deputado federal e costureiro Clodovil Hernandes, do PTC paulista e com o plano para matar o deputado federal Carlos Willian (PTC/MG).
Sem chance
O secretário-geral do PMDB paranaense, João Arruda, descartou ontem qualquer possibilidade de o partido indicar o vice em uma chapa encabeçada pelo PT na disputa pela Prefeitura de Curitiba. Lembrou que em 2004 o partido já se deu mal ao não lançar candidato próprio para apoiar o petista Ângelo Vanhoni. Arruda também garante que não está definida a indicação do reitor da UFPR, Carlos Moreira, apontado como o preferido do governador Requião, para ser o candidato do partido. E cita como opções além dos já cogitados o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes e o deputadofederal Rodrigo Rocha Loures Filho.
Karst
O vereador Aladim Luciano (PV) e o senador Osmar Dias (PDT) contestaram as alegações da Sanepar referentes à inscrição no Cadastro de Inadimplentes da União (Cadin), em razão do não pagamento da multa aplicada pelo Ibama, em 2002, pela exploração inadequada do Aqüífero Karst. Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, a Sanepar afirma que “não chegou ainda a utilizar todos os recursos a que tem direito para contestar a multa”. Segundo os parlamentares, esta informação não procede, uma vez que a empresa teve cinco anos para discutir legalmente a questão e não o fez, tendo recorrido somente depois da divulgação do fato pela imprensa, nesta semana. Para o senador Osmar Dias, é importante que o Ibama exija da Sanepar a imediata apresentação dos estudos de impacto ambiental e do plano de uso do Karst. “Como o aqüífero vem sendo explorado há mais de 20 anos, não acredito que a Sanepar não tenha informações e estudos suficientes para atender as exigências legais de licenciamento ambiental.”, concluiu.
Em alta
A reedição, pela Prefeitura de Curitiba, de um decreto que possibilita a adoção de praças e jardins da cidade foi aplaudida, na Câmara Municipal, pelo vereador Mario Celso Cunha (PSDB). A iniciativa pode atingir mais de 950 logradouros.
Em baixa
O Ministério Público Federal (MPF) em Londrina e o Ministério Público estadual expediram Recomendação para que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não conceda Licença de Instalação da Usina Hidrelétrica de Mauá sem que sejam atendidas 70 condições.