O presidente estadual do PT, Ênio Verri, bem que ainda tentou disfarçar, mas não conseguiu convencer ninguém ao tentar negar que a cúpula nacional do partido assumiu o controle das negociações em torno das alianças para as eleições de outubro no Paraná. O comando federal da sigla sabe que a única alternativa de palanque competitivo no Estado para Dilma Roussef é o do pré-candidato do PDT ao governo, senador Osmar Dias. E que o rompimento anunciado pelos petistas locais por conta da exigência de Osmar de que Gleisi Hoffmann desista de disputar o Senado para ser sua vice significaria perder esse palanque, em troca de candidaturas próprias ao governo sem qualquer densidade eleitoral. Por isso, mandou o PT paranaense – controlado por Gleisi e seu marido, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo – baixar a bola, pois a ordem de Brasília é fazer tudo o que for necessário para atrair Osmar para a campanha de Dilma.
Dissimulação
Tentando uma saída honrosa, Verri admitiu que a direção nacional vai a partir de agora orientar as negociações das alianças no Paraná, mas que depois é a direção estadual que vai decidir se aceita ou não essa orientação. Pura dissimulação. O PT paranaense não tem qualquer condição de peitar a cúpula do partido em Brasília, que sabe muito bem não ter opção se não fechar com Osmar caso Dilma queira ter alguma chance de crescer no Estado. Percepção essa reforçada pela última pesquisa Ibope que aponta que a diferença entre as intenções de voto da petista em relação a José Serra (PSDB) na região Sul cresceu para 20 pontos em favor do tucano, tornando portanto ainda mais fundamental para o Planalto garantir a sua candidata bases fortes no Paraná.
Sinais de fumaça
Além do cancelamento da vinda de Dilma a Curitiba, inicialmente prevista para esta sexta-feira, outro fato deixou claro que algo de muito sério está acontecendo e revertendo a posição intransigente do PT local em relação às exigências de Osmar Dias. O partido também cancelou, por tempo indeterminado, a reunião do Diretório Estadual marcada para este sábado, que bateria o martelo em relação ao rompimento das negociações com o PDT e o lançamento de candidato próprio ao governo. Sinal mais do que evidente de que tudo o que a cúpula petista paranaense vinha dizendo nos últimos dias pouco vale em relação ao interesse maior do partido no plano nacional.
Reza brava
Se depender do presidente em exercício do PDT, deputado Augustinho Zucchi, a aliança com os petistas não sai. Ontem, o pedetista voltou a manifestar sua antipatia a possível união. O que tínhamos para conversar já conversamos e essa conversa foi desgastante. Não vamos reabrir esta lengalenga, disse. Zucchi não esconde que acha que o melhor para o PDT seria que o PT mantivesse a decisão de ter candidato próprio ao governo do Estado. Rezo para que seja esta a decisão, afirmou. Como Zucchi não manda nada e a palavra final é do senador Osmar Dias, a negociação está em aberto e com grande possibilidade da aliança se concretizar.
Virose
Acometido por forte virose, o senador Osmar Dias (PDT) está praticamente sem voz. O pedetista atende apenas os telefonemas mais urgentes. Ou seja, os que vêm de Brasília e tratam sobre o futuro de sua candidatura ao Palácio das Araucárias. No mais, mantém o silêncio e tenta se recuperar a tempo de gravar a propaganda partidária, que vai ao ar a partir da próxima semana.
Dança das cadeiras
O governador Orlando Pessuti (PMDB) continua montando o quebra cabeças da nova equipe de governo, e desmontando a rede de protegidos do antecessor, Roberto Requião. Ontem, Pessuti nomeou Marco Antônio Berberi para a chefia da Procuradoria Geral do Estado. Ex-presidente do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem), o novo procurador-geral afirmou que dará prioridade à solução da dívida contraída pelo Estado em decorrência da venda do Banestado e à negociação com relação ao pedágio. Berberi assume o lugar de Carlos Marés, outro homem de confiança do ex-governador Requião, que antes de ser demitido, pediu para sair. Pessuti nomeou também ontem o novo ouvidor-geral do Estado, o ex-presidente da Ceasa, Antônio Comparsi de Mello. Ele substitui Luiz Carlos Delazari, que pediu demissão depois que seu filho, Luiz Fernando Delazari foi defenestrado da Secretaria de Segurança Pública.
Parabólica
O Ministério Público do Paraná promove hoje, a partir das 9 horas, em Curitiba, o Encontro Estadual – Eleições 2010. O evento, destinado aos próprios membros do MP-PR, será aberto pelo procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto; pelo procurador e coordenador do CAOPJE, Bruno Sérgio Galatti; e pela procuradora regional eleitoral Adriana Aparecida Storoz Mathias dos Santos, que fará também a palestra inaugural, sobre as Eleições 2010. O promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain, do Ministério Público de Santa Catarina, falará em seguida sobre A Intervenção do Ministério Público Eleitoral em 1º Grau nas Eleições Federais e Estaduais. No período da tarde, a partir das 14 horas, o promotor de Justiça Armando Antonio Sobreiro Neto, do CAOPJE, dará orientações gerais sobre instruções do TSE.
Em alta
O PSOL divulgou está trabalhando para viabilizar uma frente de esquerda, junto com PCB e PSTU, para as eleições a governador, senadores e deputados no Paraná. No próximo dia 27 de abril os três partidos para definir a frente. O PSOL quer apoio para o pré-candidato a governador, Luiz Felipe Bergmann.
Em baixa
O feriado de Tiradentes veio bem a calhar para os cabeças da Assembleia Legislativa. Os membros da Mesa Diretora conseguiram pequena folga na onda de denúncias que pesam contra a Casa. Nos últimos dias, os parlamentares têm quebrado a cabeça em busca de explicações.