Na “escolinha” de ontem, o governador Roberto Requião afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o fim da cobrança da multa aplicada pela União ao Paraná, relativa a títulos públicos assumidos pelo Estado na privatização do Banestado, é uma “questão resolvida”. E que a solução para o caso que já havia sido comunicada ao governador há cerca de um mês pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, “esbarrou em detalhes burocráticos”.


Antecedentes
O próprio Requião admitiu ontem que Lula já prometeu a mesma coisa três vezes, e nada aconteceu. Além disso, o histórico recente das promessas do presidente não é lá muito favorável. Que o digam os controladores de vôo, que fizeram um acordo com o governo para suspender o motim em protesto contra as condições de trabalho num dia, e depois tiveram o mesmo acordo rompido por Lula, poucos dias depois.


Bedel
O governador também determinou ontem que os secretários não marquem audiências com os deputados nos horários das votações na Assembléia. A medida é uma tentativa de evitar novas derrotas para o governo nas votações polêmicas, por conta da ausência de parlamentares em plenário.


Dupla personalidade
“O deputado Jocelito Canto tem uma certa imprevisibilidade”. A frase é do líder do governo na Assembléia, Luiz Cládio Romanelli, sobre o parlamentar de Ponta Grossa, que hora atua como defensor ferrenho de Requião, para em seguida se alinhar à oposição.


Canto da Sereia
A bancada da oposição também recebeu com indignação e desconfiança a proposta do deputado Jocelito Canto (PTB) de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os contratos da Sanepar com a Pavibras. Segundo os deputados, a proposição é incoerente, já que os próprios parlamentares que agora propõem a CPI há pouco tempo rejeitavam simples pedidos de informações.


Prestação de contas
O deputado estadual Ney Leprevost (PP) apresentou ontem projeto de Lei que obriga as ONGs, OSCIPs, fundações e associações que recebem verbas públicas a publicarem semestralmente balanços em jornais  nos municípios que se situem.


Silêncio francês
De volta de uma viagem de férias à França, o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, esteve ontem no plenário da Assembléia. Mas não quis falar com a imprensa.


Cadeira
As direções municipais do PMDB e do PT convocaram os três suplentes de vereador de Curitiba – Adenival Gomes (PT), Márcia Schier (PMDB) e Francisco Garcez (PT) – para uma reunião hoje. Querem articular a retomada de três vagas dos dois partidos na Câmara, com base na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que os mandatos são das legendas, não dos parlamentares. O alvo seriam os vereadores Felipe Bragas Cortes, Celso Torquato e Paulo Salamuni, que deixaram o PMDB.


Dois pesos
Por conta da decisão do TSE, o PMDB paranaense virou o paladino da fidelidade partidária. Resta saber se o partido também pretende devolver as vagas dos muitos vereadores eleitos por outras legendas que migraram para o PMDB, atraídos pelo canto da sereia governista.


Em alta
A bancada de oposição apresentou ontem requerimento pedindo que o governo abra espaço na programação da Rádio e Televisão Educativa, para uma “Escola de Oposição no Paraná”. Como já era de se esperar, a bancada governista tratou de rejeitar o pedido,  mas a idéia foi boa.


Em baixa
A Comissão de Economia da Câmara de Vereadores de Curitiba decidiu convocar o ex-prefeito e atual presidente da Cohapar, Rafael Greca. O assunto: as desaprovações de contas da Fundação Cultural  e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba de 1996.