O governo Requião voltou a descumprir a decisão judicial que proíbe o uso político da Rádio e TV Educativa. Ontem, no horário do almoço, o apresentador Carlos Moraes, durante programa ao vivo das areias de Caiobá, criticou a decisão do juiz federal Edgard Lippmann Júnior e disse que a Educativa é a televisão mais democrática do Brasil. Me engana que eu gosto. Aliás, os paranaenses devem estar revoltados com o fato da Educativa exibir no horário do almoço este programa apresentado por Carlos Moraes. Ao invés de cumprir a função cultural da emissora, o apresentador exibe o caboman desfilando na praia e entrando no mar, para saber se a água está gelada. “Ele é um modelo”, elogia Moraes.


Coitadinho
Depois de paladino da Justiça e protetor dos pobres, o outro personagem que o governador Roberto Requião (PMDB) adora é o de vítima. Foi assim nas eleições do ano passado, quando depois de só conseguir se reeleger por uma diferença de dez mil votos em relação a Osmar Dias (PDT), o peemedebista culpou a mídia “má, feia e boba” pelo susto. E está sendo assim agora que a Justiça Federal resolveu por um freio no uso indiscriminado da TV Educativa como palanque político e pessoal do paranaense.


Não convence
Nos últimos dias, Requião posou de defensor da democracia por conta da decisão do Tribunal Regional Federal. O problema é que o desempenho teatral do governador não convence, pois qualquer um que acompanha sua trajetória política sabe que Requião não dá a menor bola para a liberdade de expressão e só a defende quando é em interesse próprio. Tanto que censura qualquer opinião contrária ao que ele pensa nos veículos oficiais do Estado. A começar pela própria RTVE e na Agência Estadual de Notícias.


Exemplar (I)
Recentemente, o líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), cometeu o pecado de reconhecer publicamente a atuação do senador Osmar Dias (PDT) no imbroglio envolvendo a dívida relativa aos títulos públicos adquiridos pelo Banestado. E a Agência Estadual de Notícias chegou a publicar as declarações do deputado.


Exemplar (II)
A liberdade durou pouco até para Romanelli. Minutos depois as mesmas desapareceram da agência requianista, sem explicação, certamente por ordem do governador Roberto Requião – que não pensou duas vezes em censurar a fala de líder de seu próprio governo para não admitir a ajuda do adversário político. Claro que Romanelli não falou mais nada.


Contas
O PPS continuou ontem tentando rechaçar as suspeitas levantadas pelo vereador Tico Kuzma, que trocou o partido pelo PSB. Ontem a legenda divulgou nota lembrando que presta conta todos os meses de suas finanças pela internet. Kuzma acusou a direção da sigla de ter cobrado R$ 10 mil para que os candidatos a deputado aparecessem na propaganda eleitoral. Na mesma nota, o PPS afirma que como dispõe de poucas fontes de renda e não recebe parcela do fundo partidário, porque abriu mão em favor da direção nacional, todos os projetos e programas são discutidos nas reuniões semanais realizadas a cada segunda-feira. E que nessas reuniões, são discutidos e aprovados os orçamentos para tais ações é definido e também a forma de pagamento, que costuma ser rateada entre seus membros. Kuzma afirmou que dos R$ 10 mil cobrados teria pago só R$ 5 mil. O partido contesta, e garante que foram R$ 3 mil, que ajudaram a custear o programa de TV. Os deputados é que teriam contribuído com R$ 5 mil, diz a legenda.


Em alta
Os parques e atrações turísticas de Curitiba recebem neste mês o maior número de visitantes do ano. A Ópera de Arame, que a cada ano recebe, em média, 1.300 visitantes por dia, teve um aumento de 257% na média de visitação neste janeiro.


Em baixa
Os partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem trabalhar em 2008 pela restituição da CPMF, com receitas voltadas exclusivamente para a saúde, afirmaram lideranças do Congresso nesta quinta-feira.