E o PMDB de Curitiba pode lançar “chapa pura” para a disputa pela prefeitura da Capital. A dupla seria formada pelo “ungido” do governador Roberto Requião — o reitor da UFPR, Carlos Moreira — e a ex-vereadora Márcia Schier como vice. Há quem diga que o outro lado está comemorando a notícia, diante da baixíssima densidade eleitoral dos dois.
Fio da meada (I)
Por essa, nem Carlos Moreira esperava. Foram aprovados ontem, pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, os requerimentos de informação ao Ministério da Educação, ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que prestem informações sobre os convênios firmados com a Fundação Universidade Federal do Paraná (Funpar) no período de janeiro de 2003 a outubro de 2007.
Fio da meada (II)
O pedido foi da bancada paranaense dos Democratas e é feito com base na informação de que o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Valmir Mota de Oliveira, morto na Syngenta, prestava serviços em um projeto da Funpar.
Terra arrasada
A demissão de Sérgio Botto de Lacerda e a carta do procurador ao governador Roberto Requião caíram como uma bomba na bancada governista na Assembléia Legislativa. Líderes do bloco de apoio a Requião demonstravam perplexidade e temor das conseqüências do episódio. O temor maior é de que o fogo amigo responsável pela queda de Botto não acabe por aí, e se transforme em uma guerra aberta, já que o procurador, como homem-forte do governo até então, sabe de muita coisa que pode ser fatal para a administração Requião.
Ambiente
Requião ontem, sentiu o gostinho do próprio veneno. Acostumado a atacar seus desafetos com impropérios, levou o troco não de adversários, mas de um de seus mais próximos auxiliares. A carta de Botto é pródiga em revelar o ambiente contaminado por intrigas palacianas, inveja e deslealdade.
Silêncio
Até o início da noite, a Agência de Notícias do governo ignorava a demissão do procurador, como se ela não tivesse existido. Nada mais natural, já que o governo Requião segue a risca a “lei Ricúpero” segundo a qual o que é bom se mostra, o que é ruim se esconde. Além disso, integrantes da cúpula da Comunicação Social estão entre os que Botto dirigiu adjetivos singelos como “puxa-sacos, apedeutas e ignorantes”.
Gelo
A sorte do governo é que, com o feriado, a temperatura da política deve baixar. Para ajudar a esfriar o clima, a Assembléia Legislativa, por exemplo, já antecipou a folga. Não fará sessão hoje.
Aprovado
Não adiantou o barulho da oposição. Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa a criação de cargos de provimento de comissão para o quadro de funcionários da Secretaria de Estado e Justiça e da Cidadania. Serão criados 10 cargos de vice-diretor de unidade penal e 10 cargos de chefe de segurança de unidade penal.
Em alta
A violência de agentes de segurança privada contra vítimas anônimas ou não será tema de debate das comissões de Urbanismo e Obras Públicas e Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Câmara de Curitiba, na reunião da próxima terça-feira, às 14h30.
Em baixa
Dez meses depois de tomar posse do novo mandato, Roberto Requião vê seu governo afundar em um mar de problemas, brigas internas, denúncias de corrupção e derrotas na Justiça. E não se vê nenhuma perspectiva de que sua administração seja capaz de virar o jogo.