O governo Requião alardeou nos últimos dias números que supostamente comprovariam que o Estado continua crescendo, inclusive na geração de empregos, apesar da crise econômica. O que os áulicos não explicam é que esses números ainda se referem ao período em que a economia do País estava em alta.

Contramão
Os dados mais recentes mostram que o Paraná será tão ou mais atingido pela crise quanto o resto do País. Primeiro, por conta da queda dos preços dos commodities agrícolas — principal item de exportação do Estado. Segundo, pela política canhestra de Requião, na contramão mundial, de aumentar impostos sobre itens essenciais, como gasolina, energia elétrica e telecomunicações.

Veto
A decisão de Requião de vetar o reajuste salarial para os servidores do Judiciário paranaense deve esquentar o retorno dos trabalhos da Assembléia Legislativa, em fevereiro. O aumento foi aprovado pelos deputados após acordo com o Tribunal de Justiça. E dificilmente os parlamentares, incluindo aí os da base do governo, vão querer descontentar o TJ, muito menos os servidores da Justiça.


Tudo pela família
Normal
Como se não bastassem as manobras e chicanas para driblar as determinações da Justiça e garantir cargos públicos para acomodar os familiares do governador, fica-se sabendo agora que o irmão de Requião, Eduardo, recebeu uma indenização — segundo consta, de R$ 200 mil — por ter sido demitido da Superintendência dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Questionada, a direção da Appa alegou que a indenização é “normal”. Esqueceu de acrescentar que isso é “normal” quando o poder público está a serviço da família Requião.

Boquinha
Eduardo Requião só foi defenestrado da direção do Porto depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que parentes de autoridades não podem ocupar cargos de confiança, com exceção de cargos de primeiro escalão com status de secretário ou ministro de Estado. De lá para cá, o governador já criou uma secretaria especial (de Assuntos Portuários) e, depois, transferiu o irmão para a Secretaria de Transportes — que Eduardo não quis porque foi esvaziada ao perder o comando do DER.

Sem sentido
A última manobra foi a nomeação de Eduardo para a chefia da Escritório do Paraná em Brasília — que aliás, já sofre contestação, pois não tem status de secretaria de fato, e sim de secretaria especial, portanto não estaria nas exceções da decisão anti-nepotismo do STF. O que não se entende é como agora pode-se falar em pagar indenização ao irmão do governador, que só deixou o cargo obrigado pela Justiça. Além disso, desde quando demissão de cargo de confiança dá direito a indenização?


Planejamento
O senador Osmar Dias (PDT) defendeu ontem a ampliação dos investimentos pelo Estado como estratégia para diminuir as desigualdades sociais que colocam o Paraná atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para Osmar, o Paraná sofre com a falta de planejamento e gestão eficiente. “Hoje temos cerca de 250 municípios com Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da média nacional”, lembra.

Receita
Na avaliação do líder do PDT no Senado, o governo do Estado precisa aumentar seu índice de investimento, hoje limitado em cerca de 2% do orçamento anual. Mas isso só será possível com um ajuste fiscal, que reduza as despesas de custeio e destine os recursos para áreas essenciais. Algo que dificilmente vai acontecer no governo Requião, já em fim de mandato, e tendo mais de três dezenas de secretarias.

Em alta
A ampliação da frota de ônibus de Curitiba, com a aquisição prevista de 152 ônibus até o final deste ano, representará uma oferta diária adicional de 184 mil lugares — ou 8% da capacidade da rede de transporte, que leva diariamente 2,3 milhões de passageiros.

Em baixa
Dirigentes das maiores empresas do País reunidos ontem pela FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO (FIEP) rejeitaram dar garantia de emprego em troca de benefícios fiscais ou outras medidas do governo para evitar o aumento do desemprego.