O líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), não escondia ontem o cansaço de ter que enfrentar ao mesmo tempo os ataques da oposição e os problemas criados pelo próprio Palácio Iguaçu. Reclamou estar sendo obrigado a “matar dez leões por dia”, muitas vezes sozinho.


Constrangido
Já o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, sofreu novo constrangimento ontem, na reunião da “escolinha”. Foi obrigado a admitir que não sabia que o ônibus que o governador Roberto Requião (PMDB) sortearia seria uma miniatura de brinquedo. E se recusou a comentar a atitude do chefe.



Questão de método
O relatório do Tribunal de Contas, no qual o deputado Marcelo Rangel (PPS) se baseou para formular as denúncias de gastos irregulares com publicidade nos últimos dois anos do governo Requião, realizados pela Secretaria de Comunicação Social, comandada por Airton Pisseti, foi entregue no final da tarde de ontem, ao Procurador Geral da Justiça, Milton Riquelme de Macedo. A Promotoria anunciou que o assunto será analisado agora pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público. Se as denúncias forem tratadas com a mesma celeridade que o MP vem combatendo o nepotismo no atual governo, Pisseti pode ficar tranquilo.


Antecedentes
O deputado Felipe Lucas (PPS), que ganhou ontem o sorteio do ônibus de brinquedo de Requião, já foi destaque no noticiário por motivos não tão amenos. Em 2005, Lucas foi acusado de ter contratado uma empregada doméstica como funcionária fantasma em seu gabinete na Assembléia, com salário mensal de R$ 4 mil. Para variar, a Casa abriu uma investigação interna que não deu em nada por suposta falta de provas, apesar dos pagamentos irregulares terem sido confirmados pela própria beneficiária e por documentos do INSS.


Enquadrado
O presidente do PPS do Paraná, Rubens Bueno, enquadrou ontem o Felipe Lucas, que foi sorteado e ganhou o ônibus na reunião semanal do governo ontem. Bueno disse  que considera incompatível com a função parlamentar e que contraria a orientação do PPS do Paraná a participação de deputados do partido na chamada “escolinha” do governador Roberto Requião. “A escolinha é um grande um circo, onde as palhaçadas têm o único objetivo de desviar a atenção dos paranaenses para as graves denúncias de corrupção no governo Requião”.


Ringue
O presidente Lula disse ontem que ministros que brigarem serão demitidos. A piada no Palácio Iguaçu era que por aqui é o contrário. Requião promete demitir aqueles que não se envolverem em nenhuma briga.


Não pegou bem
Os telefones de muitas paróquias não paravam de tocar ontem. Muita católicos fervorosos não gostaram de ver o governador Roberto Requião falando em distribuir pílulas de Frei Galvão para os jornais “inimigos” e estátuas para os “bonzinhos”. Eles acharam que o governador desrespeitou o frei, que se tornará santo nesta sexta-feira com direito a presença do Papa.


Sem “tortura”
Em sua intervenção  na CPI que investiga a crise no tráfego aéreo, o deputado federal André Vargas (PT/PR) ressaltou mais uma vez a necessidade da comissão fazer um trabalho sério, sem fugir do seu objetivo, com depoimentos cansativos e humilhantes. “Não se pode repetir as torturas da CPI dos Bingos, quando ficavam sete, oito ou até 12 horas repetindo as mesmas perguntas inúmeras vezes, submetendo os depoentes a um processo de achincalhe público na tentativa de atingir o governo”, afirmou.


Em alta
O governo federal quer criar uma alternativa para que os Estados possam elevar o nível de investimentos. Para isso, poderá vincular uma possível elevação do limite de endividamento , segundo afirmou o ministro Paulo Bernardo (Planejamento).


Em baixa
Diante da decisão do governo federal de retomar as concessões de rodovias, incluindo novas quatro praças de pedágio no Paraná, Requião voltou a afirmar que o Estado deve entrar na concorrência. O problema é que os leilões são destinados à iniciativa privada.