A atitude do secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, de ignorar mais uma vez um pedido dos deputados para ir à Assembléia explicar denúncias contra sua pasta revela um profundo desprezo dos integrantes do atual governo em relação ao Legislativo. E indica também, o enfraquecimento do Parlamento como poder autônomo. Pela Constituição, os deputados tem a obrigação de fiscalizar o Executivo, e os secretários, de prestar contas aos parlamentares. No governo Requião, porém, essa regra é solenemente ignorada, e nada acontece.


Explosão
Ex-líder do governo na Assembléia, o deputado Dobrandino da Silva (PMDB) usou ontem a tribuna para dar um “pito” no oposicionista Marcelo Rangel (PPS). Irritado com a insistência de Rangel na convocação de Pisseti, Dobrandino explodiu: “Quem é você, Marcelo Rangel. Você é mais um. Aprenda um pouco de humildade”.


Na mira
A bancada de oposição, porém, garante que não vai desistir de investigar a comunicação social. Ontem, o deputado Edgar Bueno (PDT), apresentou requerimento que pede ao diretor-presidente da Rádio e TV Educativa, Marcos Baptista, e à secretária de Cultura, Vera Mussi, informações sobre os investimentos realizados no período de 2003-2006, incluindo a compra de equipamentos, as reformas e a folha de pagamento dos servidores comissionados, concursados e terceirizados.


Melou
A oposição lembra que há quatro anos o governo Requião paga irregularmente uma parte dos servidores da Rádio e TV Educativa com o chamado “cachê”. Na prática, os funcionários não tem vínculo com o governo, seja por nomeação ou concurso, e são pagos mediante recibo, sem qualquer direito trabalhista.



Melou (II)
Em 2005, o governo tentou “legalizar” cerca de 120 cargos da Rádio e TV Educativa promovendo um concurso na Fundação Universidade Federal do Paraná, que beneficiava diretamente profissionais que já tinham vínculo com o governo. Uma ação civil melou a manobra. E de lá para cá nada foi feito para mudar  aistuação.



Desafio
O líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), fez ontem um desafio aos governistas. Prometeu entrar no plenário da Assembléia de joelhos durante 30 dias, caso o governador em exercício, Orlando Pessuti, tomasse alguma medida para atender a reivindicação dos servidores da saúde, de acabar com o desconto dos salários deles por conta do não cumprimento da jornada semanal de 40 horas de trabalho. o. “O poderoso chefão que está no Japão já deu as ordens. Não há conversa”.


Em tramitação
A Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Meio Ambiente da Câmara Municipal deu parecer favorável, ontem, ao projeto do prefeito que autoriza a contratação de operação de crédito junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para execução do Programa Integrado de Desenvolvimento Social e Urbano de Curitiba. O documento segue, agora, para apreciação na Comissão de Urbanismo e Obras Públicas da Câmara de Curitiba.


Em alta
A Assembléia aprovou ontem projeto do deputado Osmar Bertoldi (DEM) que determina a utilização exclusiva do brasão do estado na identificação de  bens públicos estaduais. A idéia é acabar com o uso da publicidade governamental.


Em baixa
Pressionada, a agência de notícias do governo publicou ontem novo texto sobre o périplo de Requião no Oriente. A matéria fala que o governador considerou como muito “produtivos” os encontros no Japão, e blá blá blá. De concreto, nada.