Com um ano e meio de atraso, o Ministério Público Estadual entrou, na última sexta-feira, com uma ação exigindo a demissão dos parentes do governador Requião e de seus secretários que ocupam cargos de confiança no Executivo. Curiosamente, o MP – que sempre faz questão de divulgar ações semelhantes contra prefeitos e Câmaras de Vereadores – não divulgou sequer uma nota nem mesmo no espaço reservado para releases em sua página na internet sobre a iniciativa. Depois, o órgão ainda reclama quando é acusado de agir como advogado de defesa de Requião, ou de fazer corpo mole quando o assunto é investigar as ações do atual governo.
Lei Ricúpero
Na quinta-feira da semana passada, a reportagem do Jornal do Estado procurou a assessoria de imprensa do MP, para saber se havia alguma novidade na ação relativa ao nepotismo no governo do Estado. A resposta, lacônica como sempre, foi de que nada havia de novo. Um dia depois, na sexta, os promotores entraram com a ação. A atitude dos Ministério Público lembra a famosa “lei Ricúpero”, aquela cunhada pelo ministro do governo FHC flagrado por câmeras de TV dizendo que “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
Tiro no escuro
O presidente da Comissão Especial de Investigação da Publicidade, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), que vinha sendo acusado de fazer “corpo mole” para abafar a investigação, afirmou ontem que a primeira reunião da comissão “foi mais tranquila que água de poço”. Sobre a convocação do secretário da Comunicação, Airton Pisseti, desconversou. Disse que a CEI não pode convocar ninguém antes de ter em mãos os documentos sobre os gastos da Pasta.
Rolo compressor
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia adiou ontem a votação do parecer sobre o projeto do governo que propõe o aumento do capital da agência de fomento de R$ 900 milhões para R$ 2 bilhões. A oposição questionou a pressa e o regime de urgência pedido pela liderança governista. O deputado Reni Pereira (PSB) questionou a origem do dinheiro a ser empregado na agência. Já Douglas Fabrício (PPS) lembrou que faz quatro meses que ele questiona o não funcionamento do Banco Social, “problema até agora não solucionado nem respondido”. Para superar o impasse, foi decidido que haverá uma audiência pública com o secretário da Fazenda, Heron Arzua, para discutir a proposta.
Defensor
O deputado Luiz Malucelli (PSDB) demonstrou ontem seu descontentamento com a postura adotada pelos opositores do prefeito de Curitiba Beto Richa, que tentam denegrir sua imagem com falsas denúncias. “Em vista da grande diferença que o prefeito Beto Richa apresenta em relação aos seus adversários políticos, mesmo antes do início do processo eleitoral de 2008, vemos que existe um grupo organizado para denegrir sua imagem”, disse Malucelli.
Em alta
O senador Alvaro Dias (PSDB) recebeu do Psol uma lista com 60 mil assinaturas pedindo a cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Alvaro prometeu levar o manifesto para a próxima reunião da Mesa Executiva, que será presidida por ele, amanhã.
Em baixa
O pedido de autorização para que a prefeitura de Curitiba faça empréstimo de US$ 10 milhões da Fonplata, para obras habitacionais, não foi analisado ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O relator, senador Gilvam Borges (PMDB/AP), faltou.