Pivô do caso mais polêmico da campanha eleitoral, o policial civil Délcio Razera teve ontem um desempenho surpreendente na CPI dos Grampos. Exibiu uma performance teatral digna de um ator global, abusando de pausas dramáticas e frases de efeito. Não conseguiu esconder, porém, que estava bem ensaiado e usou sua capacidade de convencimento para repetir a mesma versão do governo de que todas as acusações de que ele seria o chefe de uma quadrilha que grampeava políticos e empresários não passaria de uma “conspiração” para prejudicar a campanha de reeleição do governador Roberto Requião (PMDB).
Vingança
Em determinado momento do depoimento, Razera chegou a culpar os promotores da PIC responsáveis por sua prisão pela morte de sua mãe, aos 82 anos. Ela morreu em 11 de outubro, pouco mais de um mês depois do policial ser preso. Razera prometeu se vingar, através de processos de reparação contra todos os que atuaram na investigação contra ele.
Trapalhões
A CPI dos Grampos que termina hoje depois de apenas 19 dias e após ouvir apenas três pessoas – além de Razera, o coordenador da PIC, Paulo Kessler e o procurador Dartagnan Abilhoa – ainda protagonizou ontem mais uma trapalhada digna de programas humorísticos. Só conseguiu iniciar o depoimento do policial com duas horas de atraso, porque descobriu no horário marcado que não havia pedido autorização judicial para que Razera deixasse a delegacia para depor.
O lobista
Um integrante do alto escalão do governo do Estado teria embolsado uma comissão antecipada de aproximadamente US$ 4 milhões pelo lobby que fez em favor de uma empresa paranaense para a construção de casas populares na Venezuela. Entraves burocráticos, no entanto, ameaçam o negócio, tanto que em empresa só recebeu metade do contrato acertado. Agora, a empresa pressiona o lobbista para que ele consiga liberar o restante do pagamento, afinal o dele já foi garantido.
Panos quentes
O Ministério dos Transportes descartou ontem a intervenção fedral por supostas irregularidades no Porto de Paranaguá apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ministério informou que as dúvidas foram esclarecidas pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e que todas as questões levantadas estão sanadas. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério, nunca esteve em discussão a questão de intervenção ou não no Porto de Paranaguá.
Panos quentes (II)
Em tempo. Ontem, o Porto também conseguiu o cobiçado certificado de implantação do plano de segurança ISPS Code. Todos felizes, assim como petistas e peemedebistas em Brasília.
Um mandato por laptops
O Juízo da 4a Vara Criminal de Maringá condenou o vereador João Alves Correa, presidente da Câmara Municipal de Maringá, por falsidade ideológica. O vereador foi condenado à perda do cargo eletivo, além de pena privativa de liberdade, que foi transformada em penas de prestação de serviços à comunidade por dois anos e quatro meses, e pagamento de R$ 3,5 mil para entidades assistenciais, além de multa. A ação penal trata de procedimento licitatório feito pela Câmara Municipal para a compra de 20 computadores portáteis (laptops).
De volta
O senador Alvaro Dias (PSDB) visitou ontem o plenário da Assembléia. E avisou que depois de ter passado os últimos quatro anos mais dedicado à atuação no Congresso Nacional, pretende voltar a dar mais atenção à política estadual. Quer participar ativamente da reestruturação do PSDB com vistas às próximas eleições.
Em alta
Os procuradores da República João Gualberto Garcez Ramos e Elton Venturi assumiram ontem os cargos de procurador-chefe e procurador-chefe substituto da Procuradoria da República no Paraná. Eles foram eleitos por seus pares em novembro
Em baixa
Líderes partidários da Câmara e do Senado fecharam um acordo para reajustar os salários dos deputados e senadores. O Congresso deve equiparar o salário dos parlamentares aos vencimentos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), de R$ 24.500.