Depois de se eleger gastando apenas R$ 420,00, impulsionado por um marketing de rua que incluía trafegar pela cidade sobre um triciclo, o vereador novato professor Galdino (PV) mostra que está atento à necessidade de manter seu nome em evidência. Ontem, Galdino aproveitou o vazamento de uma notícia segundo a qual colegas teriam reclamado do salário de R$ 9 mil pago aos vereadores na Capital para capitalizar a indignação dos eleitores contra a remuneração dos políticos.
De sobra
“O salário de R$ 9 mil já é alto demais, um absurdo se comparado à realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros”, afirmou o estreante para quem “não tem cabimento” querer aumentar os vencimentos dos vereadores de Curitiba. “Além de ganharmos bem, ainda temos mais de R$ 25 mil para remunerar nossos assessores, dinheiro de sobra para montar uma boa equipe e trabalhar bastante, nada mais que a nossa obrigação”, disse.
Proselitismo
O governo Requião continua utilizando descaradamente veículos oficiais — custeados pelo dinheiro do contribuinte paranaense — para fazer o mais deslavado proselitismo político-partidário. Ontem, por exemplo, a Agência Estadual de Notícias divulgou com estardalhaço texto apontando a suposta reunião de dez mil assinaturas de uma moção contra o reajuste das tarifas de ônibus de Curitiba. À frente do tal movimento, o assessor especial do governador Requião e presidente do PMDB da Capital, Doático Santos. O mesmo que, na última eleição, novamente não conseguiu se eleger vereador, mesmo com o chefe fazendo campanha pessoal em seu favor, mas continua abrigado em um cargo público, com salário pago por todos os paranaenses.
Propriedade
Qualquer um que conhece a lei sabe que os veículos de comunicação oficiais só podem ser usados para a publicidade de atos oficiais, informativos e educativos. No Paraná, porém, Requião e sua turma agem como se fosse “donos” do Estado, e afrontam a Justiça e a lei — vide a vergonhosa utilização da Rádio e TV Educativa para as diatribes do governador contra adversários e desafetos.
Omissão
Por muito menos, gestores públicos de outros estados e municípios brasileiros já foram condenados pela Justiça por abuso de poder e uso de bens públicos para fins politicos e eleitorais. No Paraná, porém, infelizmente parece haver uma omissão dos que deveriam ser responsáveis por fiscalizar e coibir esse tipo de prática antirrepublicana. Isso estimula ainda mais o governador e seus asseclas a utilizarem a máquina estatal para promover seus próprios interesses pessoais e partidários.
Calendário
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral sobre as novas eleições em Londrina deve sair entre amanhã e o início da próxima semana. A juíza Gisele Lemke deve apresentar um novo calendário eleitoral, inclusive com a previsão de um período para a campanha dos candidatos remanescentes, os deputados federais Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT), que volta à disputa por conta da anulação dos votos do eleito, deputado estadual Antonio Belinati (PP).
Vai longe
Segundo previsão dos envolvidos, a nova eleição deve acontecer entre 8 e 15 de março. Até lá, os advogados de Belinati pretendem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para impedir a realização da nova votação até que todos os recursos sejam julgados. O que pode estender o caso e a interinidade do presidente da Câmara Municipal, Padre Roque (PTB), como prefeito interino por até um ano.
Em alta
O prefeito BETO RICHA se reuniu ontem com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na Capital paulista, para discutir os novos desafios na gestão dos municípios diante da crise econômica global e das necessidades da população.
Em baixa
A Justiça Federal de Londrina voltou a suspender a construção da USINA HIDRELÉTRICA DE MAUÁ, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, que aponta problemas para o meio ambiente com a obra.