O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem terem sido
injustas as vaias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última
sexta-feira, na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Ao contrário de
alguns petistas, porém, Bernardo lembrou que as vaias são manifestações
populares e, portanto, democraticamente legítimas. E descartou a teoria
esdrúxula de que as mesmas teriam sido organizadas pelo prefeito do Rio
de Janeiro, Cesar Maia (DEM).
Sem noção
Em compensação ao bom senso de Paulo Bernardo, o PT de Curitiba
mostrou, em encontro no último final de semana, que perdeu a noção de
ridículo e aprovou uma “moção de repúdio” à platéia que vaiou Lula. O
detalhe é que a moção foi proposta por Maria Helena Guarezi, assessora
de Gleisi Hoffmann, mulher do ministro e pré-candidata do PT à
prefeitura de Curitiba.
Desconto
Na última segunda-feira, os deputados aprovaram o projeto, de autoria
de Marcelo Rangel (PPS), que concede 50% de desconto nas tarifas de
pedágio para veículos que estejam transportando estudantes para
atividades educacionais. “Esse benefício será estendido para estudantes
de instituições públicas e particulares. Na verdade, isso já estava
previsto nos contratos de concessão assinados pelo governo com as
concessionárias”, comenta Rangel.
Zero hora
Já o deputado independente Jocelito Canto (PTB) apresentou ontem
projeto que, se aprovado, garante desconto de 25% nas tarifas de
pedágio do Paraná, todos os dias, para os usuários que trafegarem entre
zero hora e seis da manhã.
Pedágio
Acompanhando o raciocínio do governador, o líder da situação na
Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disparou ontem
contra as concessionárias de pedágio. “Tudo que passar por esta Casa e
for contra o pedágio terá meu voto. Pelo menos contra este modelo de
pedágio, que só atende aos interesses dos gananciosos”, falou.
Razera
O líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), quer ouvir o
policial Délcio Razera, que está preso desde setembro de 2006, acusado
de comandar esquema de escutas telefônicas clandestinas. “Vamos
organizar uma comitiva para visitar o Razera na prisão. Quem sabe ele
não tem algo para nos contar”, ponderava. Na época da prisão do
policial, levantou-se a possibilidade dos grampos terem sido
encomendados por Requião.
Óbvio
O governador Roberto Requião (PMDB) voltou a contrariar o bom senso
para defender o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), na
passagem por Brasília, na segunda-feira. Requião afirmou que a mídia
estaria perseguindo o peemedebista por conta de um caso extraconjugal,
ao mesmo tempo que escondeu um caso semelhante envolvendo o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Como é óbvio, o que
está em discussão não é o fato de Calheiros ter tido um filho fora do
casamento, mas sim o porquê dele pagar a pensão desse filho através de
um lobista de empreiteira — e não conseguir comprovar a origem do
dinheiro.
Ou não
Requião disse que ambos os casos são exatamente a mesma coisa. “Ou não,
porque o Renan disse que quem pagou a moça foi ele mesmo”, disse o
governador. Como se o fato de Renan ter dito que o dinheiro era dele é
suficiente para provar isso.
Em alta
A paranaense NATÁLIA FALAVIGNA conquistou ontem a medalha de prata no
taekwondo, categoria até 67 kg, nos jogos Pan-americanos, em uma final
disputadíssima contra a atual campeã mundial, Rosário Spinoza. Ela
mostra que continua entre as melhores do mundo.
Em baixa
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA encerrou ontem os trabalhos em clima
melancólico e de fim de festa. Muitos deputados, incluindo os caciques
da Casa, sequer apareceram na sessão. Até porque nada de importante foi
votado e a aposentadoria especial já estava garantida.