Meia-volta
A agência estadual de notícias divulgou ontem com estardalhaço a participação do governador Roberto Requião no pregão da Bolsa de Valores de Nova York. Ao contrário do que faz em terras nacionais, porém, lá na capital financeira do mundo, o peemedebista fez questão de adular o “grande capital internacional” que tanto critica quando está no Brasil. “Se omercado investe e valoriza as ações da Copel, é sinal de que estamos no caminho certo”, afirmou o governador, em determinado ponto de seu discurso.
Amnésia
O paranaense também fez questão de destacar que a Copel foi a a sexta empresa brasileira a ter as suas ações negociadas na Bolsa novaiorquina. Foi também a primeira do setor energético brasileiro e a que estreou com a maior emissão primária de ações preferenciais até então feita por uma empresa latino-americana nesta casa. “Desbravamos um caminho. Viemos para ficar”, comemorou. Só esqueceu de um detalhe: quem colocou as ações da companhia paranaense lá foi seu antecessor no cargo, Jaime Lerner.
Cutucão
Nem na terra do Tio Sam, Requião conteve sua ira contra jornalistas. Ontem, em entrevista ao vivo à rede Bloomberg, canal norte-americano especializado em notícias econômicas, Requião não disfarçou a irritação quando a âncora Camila Fontana questionou a possibilidade da greve dos eletricitários interferir nos resultados econômicos da Copel, aguardados pelo mercado para os próximos dias. “Na verdade essa é uma greve de eletricistas…” disse, concluindo que o governo já tinha solucionado o caso com a determinação da incorporação dos salários reclamados pela categoria, uma vez que estes desempenharia dupla função como eletricistas e motoristas.
Inferno astral
Nos últimos tempos, o governo Requião tem colecionado más notícias quando o assunto é a TV Educativa. Recentemente, o Tribunal de Contas impugnou as contas da emissora de 2004, por contratações irregulares, e ainda mandou o diretor da estatal, Marcos Batista, devolver R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. Ontem surgiu a informação de que a Justiça proibiu comerciais em que o governo ataca a imprensa.
Fim da linha
O fato é que o uso abusivo e acintoso das emissoras oficiais pelo governo Requião não poderia ficar eternamente impune . E como a Justiça tarda mas não falha, a atual administração certamente ainda vai ter muito o que explicar sobre o que ocorre na autarquia.
Pauta cheia
A exemplo do que acontece no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa, a Câmara Municipal de Curitiba também retoma os trabalhos hoje. Na pauta do segundo semestre, questões importantes e polêmicas, como a nova lei de licitações para o transporte coletivo, a revisão da Lei Orgânica do município e a reforma do regimento interno da Casa.
Dança das cadeiras
Apesar dos projetos em discussão, nos bastidores da Câmara o que se fala mesmo é das eleições do ano que vem. Até porque, os vereadores tem até o final de setembro para definirem por qual partido vão concorrer. Pelo menos dois estão sem partido – Mestre Déa (ex-PP), e Fabiano Braga Côrtes (ex-PMDB), além de Manassés Oliveira (ex-PPS), que no momento está licenciado por ocupar o cargo de secretário do Trabalho. Outros, como Jair Cézar (PTB), também podem mudar de sigla.
Promessa?
A Assembléia Legislativa retoma os trabalhos legislativos com a promessa de deslanchar o novo Regimento Interno, o que inclui a esperada informatização.
Em alta
Os parlamentares paranaenses estão atuantes para resolver a crise aérea. Gustavo Fruet (PSDB) foi quem adiou a divulgação da caixa-preta. Rodrigo Rocha Loures (PMDB) foi quem guardou a caixa no cofre. Alvaro Dias (PSDB) apresentou projeto obrigando a divulgação.
Em baixa
O prefeito Antonio Wandscheer (PPS), de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, vetou um projeto de sua própria autoria que destinava R$ 240 mil à regularização de uma área onde 183 famílias vivem há quase uma década.