A sessão de ontem da Assembléia Legislativa foi modorrento. Como o previsto, com o governador e quatro deputados da base governista em viagem, a pauta foi esvaziada para evitar qualquer problema para o Palácio Iguaçu. E a previsão é que deve seguir assim nas próximas duas semanas, tempo de duração da viagem.


No limite
O esvaziamento das sessões tem uma explicação prática. Nas últimas votações, o governo já vinha sofrendo para conseguir aprovar os projetos de seu interesse e derrubar as propostas “inconvenientes” da oposição. Na terça-feira, por exemplo, uma emenda da deputada Rosane Ferreira (PV) propondo a anistia do desconto dos salários dos servidores da saúde só foi rejeitada por um voto de diferença – 25 a 24 – mesmo com a presença maciça de deputados da base governista.


Fuga
Na segunda-feira, o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), já avisou que não vai aparecer na Assembléia. A desculpa é que ele vai acompanhar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Foz do Iguaçu. Na verdade, Romanelli e os deputados parlamentares governistas pretendem esvaziar a sessão para derrubá-la por falta de quórum e evitar que a oposição apresente propostas que não interessam ao Palácio Iguaçu, como pedidos de informação e convocação de secretários.


Azedume
Três notícias desta semana no plano nacional devem azedar ainda mais o humor já instável do governador Requião, por atingirem em cheio suas bandeiras políticas. A primeira delas é a informação de que a Câmara Federal vai retomar a discussão de projetos que legalizam os bingos no País. O pior é que a liderança do governo Lula já avisou que não vai se opor à discussão.  A segunda “má notícia” para o governador paranaense é que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial do milho transgênico resistente a herbicida produzido pela Bayer. Foi a primeira aprovação de um organismo geneticamente modificado desde que a Lei de Biossegurança entrou em vigor, em 2005.


Pedágio
Para piorar, técnicos do Ministério dos Transportes anunciaram para julho o lançamento dos editais de licitação para os novos pedágios em rodovias federais. A concorrência inclui três trechos e quatro novas praças de cobrança no Paraná. Ou seja, além de não cumprir a promessa de acabar com o pedágio, Requião verá as concessões serem ampliadas em seu próprio território.


Imprevisível
O governo federal gostou da recusa do senador Osmar Dias (PDT)  em integrar a CPI do Apagão. Para os governistas, ele seria o mais imprevisível dos integrantes.


Insegurança na pauta (I)
A Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Câmara se reúne, hoje , com presidentes de associações de moradores e conselhos de segurança da cidade. O encontro será no auditório do Anexo II do Legislativo, das 9h às 12h, e a idéia, segundo Tico Kuzma (PPS), presidente da comissão, é ouvir as lideranças de cada região, para a elaboração de um documento oficial sobre a situação da segurança pública em Curitiba.


Insegurança na pauta (II)
“A segurança é direito de todos, mas também é dever de todos se unirem para garantir uma cidade mais segura”, diz, informando que o encontro será aberto ao público e o documento, na seqüência, enviado aos órgãos competentes. Além de Kuzma, integram a Comissão de Segurança os vereadores Valdenir Dias (PSB), Elias Vidal (PDT), Julieta Reis (PSB) e José Roberto Sandoval (PSC).


Em alta
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, tomou posse ontem, em Brasília, como Conselheiro do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República). Uma indicação pessoal do presidente Lula .


Em baixa
Terminou ontem o prazo de 15 dias dado pela Justiça para a desocupação da Fazenda Experimental Syngenta, invadida pela  Via Campesina . Caso contrário, o Governo do Paraná  passa a arcar diariamente com R$ 50.000,00 de multas. É esperar para ver.