Aliados muito próximos ao governador Roberto Requião (PMDB) demonstram preocupação com os sinais emitidos pelo peemedebista de que nada deve mudar no segundo mandato. Consideram que se não acontecerem mudanças relevantes nos rumos da administração em áreas fundamentais como segurança e agricultura, o governo perderá rapidamente o cacife político obtido pela reeleição. E a inércia acabará custando caro aos candidatos governistas nas eleições municipais de 2008, além de servir de munição para a oposição em 2010.
Potencializado
Os próprios governistas lembram que apesar dos poucos dados oficiais disponíveis, o nível de criminalidade, principalmente nos grandes centros urbanos no Paraná teve um salto nos últimos quatro anos. E a agropecuária sofreu uma de suas maiores crises por conta das sucessivas secas, o câmbio sobrevalorizado e o falso surto de aftosa. Problemas agravados pela falta de capacidade da administração estadual em reconhecer as falhas e procurar soluções novas.
Caminho
No staff requianista, porém, o discurso oficial é de continuidade, sem qualquer espaço para a autocrítica. Para quem conhece por dentro o governo, essa autosuficiência é arrogância é caminho certo para o aprofundamento do desgaste já evidente no resultado apertado da última eleição.
Chance
O PSDB marcou para o dia 31 de janeiro, horas, a reunião de sua bancada federal para escolha do novo líder do partido na Câmara dos Deputados. Tudo indica que a função deverá ser ocupada pelo deputado Antonio Carlos Pannunzio, de São Paulo, como defendem os governadores eleitos José Serra e Aécio Neves. Também caberá ao PSDB indicar o líder da minoria na Câmara, ainda não escolhido. Segundo o deputado federal paranaense Gustavo Fruet, está decidido que nos próximos quatro anos haverá um rodízio de deputados tucanos nessas funções, o que abre a possibilidade de um parlamentar paranaense ocupar uma delas em algum momento do mandato, o que não acontece há algum tempo.
Agenda
No Paraná, Fruet defende que o PSDB comece a se articular desde já para as eleições municipais de 2008, especialmente em Curitiba. “Não se constrói candidaturas de um dia para o outro”, avalia Para o deputado, é imprescindível que até meados do ano que vem o partido defina sua linha programática para a eleição municipal, novas filiações e candidaturas à Câmara Municipal, de forma a dar tranqüilidade para a provável candidatura à reeleição do prefeito Beto Richa na Capital paranaense.
Por mais espaço
O Conselho Político do PT se reúne hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para insistir novamente na defesa dos espaços que o partido tem na Esplanada dos Ministérios. Lula tem afirmado que no segundo mandato os petistas ocuparão as vagas proporcionalmente ao tamanho do partido. Isso tem deixado a cúpula do PT preocupada, porque se for adotado mesmo esse critério, o PMDB, que elegeu 89 deputados, ficaria com mais cadeiras no Ministério, visto que os petistas terão 83 a partir do ano que vem.
Por mais espaço (II)
Um petista que tem vaga garantida no governo Lula é o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, que continua cotado para assumir a complicada pasta da Fazenda. Há uma pequena possibilidade de Jorge Samek deixar a direção da Itaipu Binacional, ser transferido para um cargo de coordenação em Brasília, mas ele mesmo quer ficar na Itaipu. É esperar para ver
Em alta
O ministro da Saúde, Agenor Álvares, celebra amanhã, termos de cooperação técnica entre o Ministério da Saúde e o Ministério Público do Paraná e São Paulo. Pela primeira vez, na história SUS, governo e MP se unem.
Em baixa
Líder do governo no Senado e um dos principais articuladores da base aliada, Romero Jucá (PMDB-RR) foi o campeão em liberação de verbas individuais do Orçamento neste ano: empenhou 99,9% de suas emendas, um total de R$ 4,845 milhões dos R$ 5 milhões possíveis. Por que será?