Como se esperava, o governador Roberto Requião (PMDB) adorou a idéia de uma CPI na Assembléia para investigar a cobrança da multa pelos títulos públicos adquiridos pelo Banestado. É claro. Seria uma ótima forma de desviar a atenção dos problemas que atingem sua administração, e evitar que a CPI da Corrupção, proposta pela oposição, prospere.


Jogo de cena
Requião está careca de saber os motivos da multa e do crescimento da dívida, até porque foi dele a proposta de que os títulos adquiridos pelo Banestado fossem declarados nulos pelo Senado. Além disso, ele também sabe que a maior parte dos valores devidos já foram recebidos pelo Estado, mas não foram repassados ao Itaú por pura birra política. A CPI, portanto, não passa de uma cortina de fumaça e jogo de cena.


Vítima
A prova de que a questão da multa virou apenas mais uma bandeira política de Requião é que desde o final do ano passado, o governo do Estado não se mexeu para cobrar na Justiça o cumprimento da resolução aprovada pelo Senado que repassaria a dívida para a União. Se quisesse mesmo ver a questão resolvida, o governador já teria acionado o Supremo Tribunal Federal. Não o fez porque assim como no caso do pedágio, prefere manter o discurso de vítima.


Escolinha
A juíza federal substituta Tani Maria Wurster deu prazo de cinco dias, a partir da sexta-feira, para que o Ministério Público Federal se manifeste sobre a acusação de crime de desobediência pelo governo Requião, por conta das transmissões da “escolinha” da TV Educativa. A juíza também solicitou manifestação da União sobre o caso, que pode resultar na suspensão definitiva das transmissões do programa.


Velho estilo
Requião reagiu no velho estilo raivoso às acusações levantadas pelo líder do governo no Congresso paraguaio, o senador Juan Carlos Galaverna, que em entrevista à rádio Band News na sexta-feira, afirmou que o governador paranaense estaria envolvido em contrabando e outros crimes. Disse que vai processar o dono da rádio, Joel Malucelli e o jornalista Fábio Campana, que conduziu a entrevista.


Termômetro
A reação do governador lembra aquela máxima segundo o qual em caso de febre, quebra-se o termômetro. Se ele não concorda com as acusações, o que é seu direito, o mais lógico seria processar quem as fez, no caso o senador Galaverna, e não os jornalistas ou veículos de comunicação que as veicularam. Mas a lógica racional, como se sabe, não é o forte do peemedebista.


O Estado sou eu
Causa estranheza também a chamada veiculada pela Agência Estadual de Notícias segundo a qual o “Estado vai processar dono de rádio e jornalista que acusam governador”. Até onde se sabe, as acusações foram feitas à pessoa física de Requião e não ao Estado do Paraná. Que portanto, não tem nada que colocar servidores públicos à serviço da defesa de Requião.


Projeto
Preocupado com a utilização indevida da TV Educativa, o deputado Ney Leprevost protocola na próxima semana um projeto de lei que tem o objetivo de conter a promoção pessoal no canal. Pelo projeto a veiculação de matérias jornalísticas continua sendo permitida com total liberdade, mas estabelece que todo o tempo que for disponibilizado para ataques pessoais será concedido em iguais proporções, as vítimas dos mesmos. O direito de resposta será feito através de simples requerimento a direção da emissora.


Em alta
A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, quer que o CNJ discipline ou, se entender necessário, suspenda o uso de cartões corporativos no âmbito do Judiciário.  Já enviou ofícios aos tribunais.



Em baixa
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça acatou, Ação Direta de Inconstituicionalidade (Adin) contra a lei  que autorizou o governador Roberto Requião  a transformar e remanejar cargos em comissão por decreto, sem prévia autorização do Legislativo.