Como já se esperava, a maioria governista na Assembléia Legislativa aprovou, a toque de caixa e sem maiores discussões o projeto que autoriza o governo Requião a criar uma empresa para disputar as novas concessões de pedágio. Mesmo sem saber quanto dinheiro público será injetado na nova aventura requianista a custa do contribuinte paranaense. E sem um estudo de viabilidade econômico-financeira que defina se o negócio será ou não lucrativo.
Apêndice
O fato é que a Assembléia assume cada vez mais o papel de apêndice do Executivo. Tudo o que o governador quer, passa pela Casa, sem maiores questionamentos ou fundamentação legal. Tanto que a mesma Assembléia já aprovou a encampação e a intervenção do Estado no pedágio, apesar de ambas não terem saído do papel e do discurso, por serem absolutamente inviáveis.
Prato cheio
“Para quem gosta de encrenca, o Paraná é um prato cheio”. A frase é do vice-líder da oposição na Assembléia, deputado Élio Rusch (DEM), comentando o projeto do pedágio requianista.
Escárnio
As justificativas do deputado Dr Batista (PMN) para retirar a assinatura de apoio à PEC antinepotismo beiram o escárnio contra a opinião pública. Ele repetiu ontem ter assinado sem ler, pensando que se tratava de outro projeto, o da jornada de 30 horas semanais de trabalho para os servidores da saúde. Trata-se no mínimo de uma confissão de inépcia, já que deputado não deveria assinar documentos sem ler, e se o faz, é o único responsável por tal conduta.
Desculpas
Seria mais correto que Batista deixasse de desculpas esfarrapadas e assumisse a responsabilidade pelo que fez, e por ter decidido voltar atrás. Dizer que a lei proibindo a contratação de parentes deve vir de Brasília também não convence, já que em muitos estados o nepotismo é proibido há anos, sem que isso dependa da decisão do Congresso Nacional.
Limbo
Não por acaso, o Dr Batista não quis falar com a imprensa ontem. Ficou só no discurso na tribuna do plenário. E em seguida, pediu licença de três dias da Casa, provavelmente na esperança de que o episódio caia no esquecimento.
Relógio
Já virou costume. A sessão de ontem da Assembléia começou com mais de vinte minutos de atraso.
Sonegadores
E o PT, que quando estava na oposição combatia a CPMF, agora acusa os contrários à prorrogação de imposto de serem sonegadores. Foi o que fez ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em palestra no Tribunal de Contas em Curitiba. Segundo Bernardo, por trás dos protestos contra o imposto do cheque estaria, além de um movimento político para desestabilizar o governo Lula – a velha conspiração das elites que virou mantra entre os petistas – aqueles que querem acabar com a CPMF porque ela dificulta a sonegação. O ministro poderia explicar se quando o PT combatia a CPMF, também era motivado pelo desejo de proteger ou esconder a sonegação.
Em alta
A Câmara de Curitiba promove audiência pública hoje. O secretário de Finanças de Curitiba, Luiz Eduardo Sebastiani, participa hoje da prestação de contas do segundo quadrimestre de 2007 na Comissão de Economia da Câmara de Vereadores.
Em baixa
Ainda não será na reunião de hoje que a Comissão de Assunto Econômicos do Senado vai analisar o projeto de resolução que poderia livrar o Paraná do pagamento da multa mensal de R$ 5 milhões, herdada do processo de saneamento e venda do Banestado.