Depois do discurso populista na Assembléia durante a cerimônia de posse e de prometer um governo de esquerda, voltado para os pobres, o governador releeito Roberto Requião (PMDB) saiu do Legislativo e embarcou no seu veículo “Omega CD”, onde o motorista o esperava. Detalhe: da frente da Assembléia, o governador se deslocou cerca de 50 metros no automóvel para passar em revista a tropa da PM em frente ao novo prédio do Centro Cívico.
Satisfaction
Impressionante mesmo era a cara de satisfação do vice governador, Orlando Pessuti (PMDB), enquanto Requião “rasgava o verbo” para cima da imprensa na manhã de ontem na Assembléia. Pessuti exibia um sorriso de satisfação no rosto. A cada provocação que o governador reeleito disparava, os deputados da base aliada apoiavam aos aplausos.
Descompostura
Quem não teve muito o que comemorar depois da cerimônia de posse foi o secretário de Obras Públicas, Luiz Caron. Para não deixar de lado o estilo truculento, Requião passou a maior descompostura em Caron. Tudo por conta de umas divisórias instaladas no sexto andar do novo prédio do Centro Cívico. Requião chamou a atenção do secretário dizendo: “Tá cheio de buraco de ratos aqui. Não quero saber destas divisórias. Quero todas as salas abertas, para quem entrar ver que está todo mundo trabalhando”.
Harmonia
Depois de quatro anos de ataques, Requião e o deputado André Vargas (PT) parecem realmente estar vivendo uma “lua de mel”. “O Requião com sua postura polêmica, gerou algum enfrentamento na Assembléia, mas agora, temos que nos ater ao desenvolvimento. Enquanto houver uma relação harmoniosa entre o Requião e o Lula, também manteremos a harmonia aqui no Paraná”, comenta o petista. Que seja eterno enquanto dure.
Afinado
Com o discurso afinado com o do governador, o deputado Luiz Claúdio Romanelli (PMDB) também combateu as políticas neoliberais ontem durante a cerimônia de posse. “Estamos iniciando um novo governo. É um novo mandato, com novos programas e velhas idéias. Vamos dar efetividade as boas políticas públicas e combater o neoliberalismo”.
Fora do protocolo
Uma cena inusitada aconteceu no trajeto entre o estacionamento onde foram empossados os secretários e o novo prédio do Centro Cívico. No meio do empurra-empurra da passagem do governador, um cinegrafista tropeçou no meio-fio, se desequilibrou e caiu com câmera e tudo. Até aí tudo bem. O problema é que ao cair, o cinegrafista quase levou junto o vice Orlando Pessuti que passava bem na hora.
À la Fidel
Entre as piadas que se espalharam ontem durante a cerimônia de posse do governador Roberto Requião, uma se destacava. Dizia que pelo discurso de “esquerda” de Requião, ele parecia mais candidato à sucessão de Fidel Castro em Cuba que de sucessor de Lula.
Os vestidos
Os vestidos das primeiras-damas Maristela Requião, aqui no Paraná, e Marisa Letícia, em Brasília, também geraram comentários. Há quem relacione a cor dos vestidos à direção política dos governos. No primeiro mandato, Marisa optou por um modelito vermelho, na época atribuído à cor petista. Desta vez, guinou mais ao amarelo, cor preferida dos tucanos. Já o vermelho foi a opção de Maristela na posse do marido Requião, que, por coincidência ou não, fez um discurso de esquerda. Em tempo, o vestido de Marisa foi confeccionado por 30 artesãs da Associação das Artesãs do Morro da Mariana, no município de Ilha Grande, no Piauí.
Em alta
O vice governador Orlando Pessuti (PMDB) não perdeu a oportunidade para lançar a candidatura de Requião à presidência da República em 2010. Requião, por sua vez, desconversou, mas nos bastidores já começou a se preparar para o novo sonho.
Em baixa
O sindicalista do MSLT (Movimento de Libertação dos Sem Terra), Bruno Maranhão, que coordenou a invasão da Câmara dos Deputados em 6 de junho, compareceu à solenidade de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio.Ele afirmou que foi à posse como um dirigente do PT.