Oportunismo

Um dia depois da oposição emplacar a CPI do Grampo para investigar as suspeitas de envolvimento do governo Requião em um esquema de escuta clandestina operado pelo policial civil Délcio Rasera, preso na semana passada, a base governista apresentou ontem requerimento pedindo outra CPI, só que para supostamente apurar denúncia de grampos telefônicos nos últimos 12 anos. A justificativa é risível. Se for para investigar grampos, que se faça desde o início do governo Lerner.

A pergunta que fica é: se realmente tinha alguma preocupação com escutas telefônicas clandestinas, porque a bancada de apoio de Requião não propôs uma CPI lá em 2003, quando o atual governo assumiu o mandato? O que fica evidente é que os governistas estão apenas fazendo uma espécie de chantagem. Para que não se investigue os fatos que envolvem o atual governo – que abrigava o policial preso na Casa Civil – ameaçam investigar o governo anterior. E tudo fica por isso mesmo.

Na reta final, os candidatos a presidente intensificam suas visitas. Hoje, Jorge Maria Eymael (PSDC) está em Curitiba. Na sexta-feira, o tucano Geraldo Alckimin faz comício em Colombo. E no sábado é a vez de Heloísa Helena (Psol) cumprir agenda por aqui.

Os caciques também estão de olho aqui. Jorge Borhausen desembarca em Curitiba amanhã, onde se encontrar e os candidatos do seu partido e do PPS. Rubens Bueno, candidato ao governo do Estado, será o cicerone.

Em entrevista ao telejornal Paraná TV da noite, onte, o governador licenciado Roberto Requião foi bem claro: “A partir de amanhã começa uma operação em Curitiba e no Paraná de combate ao jogo do bicho. E, eu vou chamar de operação Rede Paranaense de Comunicação”. Antes da entrevista, a emissora mostrou uma reportagem sobre jogo do bicho em Curitiba. Mas, afinal, ele está ou não licenciado? Pelo tom, “mais ou menos”, o que pode lhe render novos processos de abuso de poder.

Pelo menos dois ex-secretários do governo Lerner, citados por Requião na entrevista, José Cid Campêlo e Giovani Gionédis, já avisaram que vão à Justiça porque junto com Ingo Hübert, foram chamados de ladrões. O detalhe é que os processos serão na Justiça Comum, já que, na teoria, Requião está licenciado.

Na mesma entrevista, Requião repetiu a versão de que não tem nada a ver com os grampos do policial que fazia sua segurança no Palácio Iguaçu. E alegou que Rasera já é alvo de um inquérito administrativo, podendo ser expulso da polícia. Só não explicou porque mandou arquivar outros quatro processos que corriam contra o mesmo policial.

O juiz Luiz Henrique Miranda, da 1a Vara Cível de Ponta Grossa, determinou que o governo do Estado dê o remédio Sildenafil 25 mg a uma menina de 11 anos vítima de problema cardíaco grave. A medicação foi pleiteada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DE PONTA GROSSA.

O procurador-geral do MINISTÉRIO PÚBLICO, MILTON RIQUELME, queimou de vez o seu filme ontem, ao defender Requião no caso Razera antes mesmo de MP começar a investigar o caso. Teve que retratar. Para alguns integrantes do MP, foi a gota d´água.