Na “escolinha” desta terça-feira, o governador Roberto Requião (PMDB) pretende anunciar o que já está sendo chamado de PAC estadual ou “paquinho” — parodiando o Pacote de Aceleração do Crescimento do governo federal. Será uma série de medidas e projetos para o desenvolvimento dos municípios mais pobres do Estado.
Outro lado
Requião, na verdade, tenta retomar a iniciativa no campo político, depois de sete meses desde a posse para o novo mandato, em janeiro. Nesse período, só colecionou notícias negativas, denúncias de corrupção mal explicadas e desavenças internas no próprio governo. E nada fez de útil. É o velho clichê da “agenda positiva”, na esperança de virar a maré de azar a seu favor. O problema é combinar com o outro lado — a oposição — que continua levantando fatos nem um pouco abonadores da atual administração. Isso sem falar na opinião pública, em que, segundo pesquisas internas do próprio governo, a rejeição ao comportamento do governador só aumentou depois da reeleição.
Terra arrasada (I)
A desocupação da fazenda Syngenta, em Foz do Iguaçu, pelo movimento Via Campesina — cuja invasão foi apoiada pelo governador Roberto Requião e só foi revertida depois que a Justiça ameaçou multar o peemedebista — deixou para trás de si um rastro de destruição. A denúncia é de lideranças locais.
Terra arrasada (II)
Segundo relatos dessas lideranças, há móveis quebrados, documentos desaparecidos, implementos agrícolas “depenados”, sem motores, baterias e fiação elétrica. Sem falar nos 50 funcionários que ficaram sem emprego com a invasão. Tudo por conta da guerra do peemedebista e do movimento de esquerda contra o capital internacional e os transgênicos.
Arquivo
Solto depois de mais de 300 dias na prisão acusado de comandar um esquema de escutas telefônicas clandestinas, o policial civil e ex-assessor da Casa Civil do governo Requião, Délcio Razera, continua sendo um arquivo vivo dos bastidores da política paranaense. Mas, como amigo pessoal do governador, ele já mostrou que não pretende abrir a boca sobre suas atividades paralelas.
Adeus, China
O líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), desistiu da viagem à China. As máquinas que Rossoni iria buscar para sua madeireira só vão ficar prontas em 20 dias. Ou seja, há grande possibilidade do tucano viajar ao Oriente depois da volta do recesso, em agosto.
Panos quentes
Causou surpresa e estranhamento a atitude da cúpula estadual do PPS de não agir para enquadrar o deputado estadual Felipe Lucas, que se nega a seguir a orientação do partido de fazer oposição ao governo Requião. A direção do PPS até chegou a abrir um processo disciplinar contra ele, mas depois pôs panos quentes na história, arquivando o caso sem maiores explicações.
Virada
Seria cômico se não fosse trágico. O deputado André Vargas (PT), que passou quatro anos fazendo oposição a Requião quando estava na Assembléia Legislativa, disse, na última sexta-feira, ao comentar a repercussão da tragédia do vôo da TAM, que “o governo não é como a oposição, que pode falar o que quer. Temos que ter responsabilidade”. Quem te viu, quem te vê!
Em alta
A brasileira GISELE BÜNDCHEN foi eleita pela revista Forbes a modelo mais rica do mundo. De acordo com a publicação, Gisele tem hoje uma conta bancária de US$ 33 milhões. Na última sexta-feira, a modelo completou 27 anos.
Em baixa
O presidente LULA levou quase uma semana para se pronunciar publicamente sobre a tragédia que envolveu o avião da TAM, em Congonhas. Passou mais uma vez a impressão de tibieza, imobilismo e letargia que marca seu governo nas crises.