A candidata do PT à prefeitura, Gleisi Hoffmann, divulgou no final de semana que seu comitê central de campanha teria sido invadido por homens encapuzados, que arrombaram salas e levaram um computador, além de dois cofres com documentos e um aparelho de TV. Segundo a assessoria da candidata, a residência da petista também teria sido invadida.

Clima
Até aí seria um caso comum de polícia. Só que Gleisi também declarou estar sendo vigiada. “Estou sendo fotografada e filmada por meu adversário. Não tenho nem a liberdade de falar ao telefone”. O problema é que ao lançar declarações dessa natureza sem apontar provas ou nomes, a petista acaba criando um clima de suspeitas generalizadas que em nada colabora para a tranquilidade e lisura da campanha. Até porque, por lei a responsabilidade pela segurança dos cidadãos, inclusive dos candidatos, é do governo do Estado, comandado por Roberto Requião, aliado do PT e amigo de Gleisi.

BO
Ontem, a assessoria de Gleisi informou que registrou o assalto ao comitê no último dia 28, junto, no Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil (Cope), que está responsável pelo inquérito policial. E garantiu que não se trata de um factóide. Com a palavra, a Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Padrinho
O prefeito Beto Richa promoveu no domingo à noite um jantar que reuniu um total de 46 lideranças políticas do Estado, entre senadores, deputados federais e estaduais, em apoio à sua candidatura de reeleição. Chamou a atenção a presença do deputado estadual Mauro Moraes, que apesar de integrar o PMDB, partido do governador Requião, que tem como candidato oficial a prefeito o ex-reitor da UFPR, Carlos Moreira Jr, nunca escondeu sua amizade e preferência pelo tucano. Moraes alegou que foi ao jantar em “caráter pessoal”, e lembrou que é padrinho de casamento do prefeito.

Pilatos
Vice-presidente estadual do PMDB, o líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, saiu pela tangente ontem ao ser questionado sobre a presença de Mauro Moraes no jantar de Beto Richa. “Da minha parte nenhum problema. O que eu vou fazer? Não sou eu quem vai ficar censurando”, limitou-se a dizer.

Precaução
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM) afirmou ontem no retorno dos trabalhos da Casa, que as sessões continuarão sendo realizadas entre segundas e quarta-feiras, liberando os deputados para a campanha eleitoral no restante da semana. O único pedido dele é que os parlamentares que são candidatos a prefeito não usem as transmissões da TV Sinal para pedir voto.

Banho-maria
Na prática, os trabalhos da Assembléia vão continuar em “banho-maria” até outubro. Até lá, o governo não pretende enviar nenhum proposta mais polêmica, e a ordem é evitar marolas, já que os parlamentares, em época de campanha, dificilmente vão querer comprar briga e votar projetos impopulares.

Em alta
O deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) vai se reunir hoje, com sargentos e subtenentes da Polícia Militar para discutir o projeto que altera as promoções no quadro da PM. Eles não foram incluídos na proposta de reajuste do governo.

Em baixa
A oposição começou o segundo semestre de trabalhos na Assembléia Legislativa sem dar trégua para o governo Requião. Começou já questionando o repasse de parte do ICMS para as prefeituras do Paraná. O montante embolsado é de R$ 568 milhões.