Pesquisa é sempre assim. Quando os números são favoráveis, os candidatos comemoram, elogiam o instituto e os veículos que os divulgam. Do contrário, quando o resultado é ruim, o candidato reclama, diz que o levantamento é manipulado, etc. Com a segunda pesquisa Vox Populi/Jornal do Estado, publicada na última sexta-feira, não foi diferente.

Comemoração
O prefeito e candidato a reeleição, Beto Richa (PSDB), como era de se esperar, comemorou os números, que demonstram a consolidação de sua vantagem na disputa, em que ele aparece com 72% da intenções de voto.  “É um resultado muito positivo, pois a campanha está a pleno vapor e os adversários têm feito muitas críticas à cidade, mas a população demonstra que gosta de Curitiba e da forma democrática que ela está sendo administrada”, disse o tucano.

Discrição
A candidata do PT, Gleisi Hoffmann, que apareceu com 16% das intenções de voto, também comemorou, de forma mais discreta. “À medida que os curitibanos conhecem nossas propostas eles optam pela nossa candidatura. Estamos consolidando nossa posição a cada dia. Percebo isso nos encontros com a população que apontam os problemas existentes na cidade e quer mudar”, avaliou a petista.

Desequilíbrio
Já o candidato do PMDB do governador Requião, o ex-reitor Carlos Moreira, que apareceu com 1% da preferência, demonstrou desequilíbrio – no que aliás ele parece ter aprendido com seu “padrinho”. “Essa pesquisa é claramente manipulada. Ela serve apenas para induzir a população a achar que a eleição já está definida. Tenho certeza absoluta que esses números são inverídicos, irreais e mentirosos e que nossa campanha tem percentuais mais altos”, reagiu.

Dois pesos
O curioso na reação é que há poucos dias, quando a pesquisa de outro instituto, o Ibope, apontou que ele estava com 2%, praticamente o mesmo índice do Vox Populi, Moreira elogiou e comemorou o resultado. Além disso, na maioria das sondagens anteriores, o candidato de Requião sequer pontuava. Ou seja, fica claro que o peemedebista já percebeu que sua aventura não vai longe, como aliás já admitem abertamente seus correligionários.

Repercussão
No momento, o principal temor nos corredores do Tribunal de Contas do Estado é de que as denúncias de contratação de parentes de autoridades em troca de “favores” políticos acabem repercutindo na imprensa nacional. Na última semana, duas bombas caíram no Tribunal. A primeira foi a revelação de que advogada Fátima Pires Pereira, mulher do juiz Adalberto Jorge Xisto Pereira, foi nomeada para um cargo em comissão no TC.

Polêmica
A nomeação de Fátima ocorreu cinco dias após Xisto conceder a polêmica liminar que garantiu a posse de Maurício Requião como conselheiro. A segunda, a contratação da filha do deputado Nereu Moura (PMDB) – relator do projeto que libera o TC para implantar um novo plano de cargos e carreiras.

Em alta
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou  projeto de lei que propõe a instituição, em cada ramo do Ministério Público da União e em cada Ministério Público dos estados, de conselhos encarregados do acompanhamento e  fiscalização de interceptação telefônica.

Em baixa
A Justiça Federal  condenou o Departamento Nacional de Infra-estrutura (DNIT) a pagar R$ 124 mil por danos morais  para a mulher e o mesmo valor para cada uma das filhas, pela morte de J.M.L. em acidente da BR 116, sentido Curitiba-São Paulo por causa de buracos.