Após a confusão com o Roberto Requião (PMDB), o presidente do PPS no Paraná, Rubens Bueno, pediu licença do cargo para disputar a eleição de deputado federal. Rubens também deixará o cargo de secretário-geral do partido em âmbito nacional. Quem deverá assumir a presidência do PPS no Paraná é o vice Marcos Isfer, que é o atual presidente do diretório municipal de Curitiba. Bueno justificou sua saída dizendo que é necessário estar em igualdade de condições para concorrer com os demais candidatos. Na tarde de ontem durante a passagem do presidenciável José Serra (PSDB) por Curitiba, Bueno chegou a fazer pose de pugilista para ser fotografado. O presidente do PPS deve colher frutos eleitorais do episódio do último sábado, quando acertou um soco no rosto do ex-governador Roberto Requião no aeroporto de Campo Mourão.

Azedume
O clima entre o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o ex-governador Roberto Requião (PMDB) é de guerra. Ontem, circulou a informação, não confirmada oficialmente, de que Pessuti estaria preparando a degola de mais uma leva de pessoas ligadas a Requião que ainda ocupam cargos de confiança no governo do Estado. Segundo essa versão, o número de demitidos pode passar de uma dezena. Deputados peemedebistas confirmam que Pessuti está hoje com um ódio mortal do antecessor. Ele culpa diretamente Requião pelo naufrágio de sua candidatura ao governo. E teria, inclusive, declarado como segundo voto para o Senado o deputado federal tucano Gustavo Fruet (PSDB). O primeiro voto é de Gleisi Hoffmann (PT), de quem Pessuti indicou o primeiro suplente, o peemedebista Sérgio Souza.

Reverso
Questionado sobre o conflito entre Pessuti e Requião, o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, tentou contemporizar. Diz que espera que todos superem as divergências e estejam juntos na campanha. Ele também minimizou as previsões de dirigentes do PSDB, segundo as quais boa parte dos prefeitos peemedebistas vai apoiar o candidato tucano ao governo, Beto Richa, ao invés do candidato da coligação, Osmar Dias (PDT). Muitos prefeitos de outros partidos também vão apoiar o Osmar, garantiu Pugliesi, prometendo que haverá uma fiscalização rigorosa para coibir infidelidades.

Sem W.O.
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, continua inconformado com a decisão de Osmar de disputar o governo, ao invés de concorrer à reeleição na chapa de Richa. Alega que até hoje não foi comunicado oficialmente pelo PDT da decisão. Os tucanos davam como certa a desistência de Osmar, na esperança de ganhar por W.O. e levar a eleição fácil já no primeiro turno. A mudança de cenário abalou os aliados de Richa. Tem que trabalhar. Agora o bicho vai pegar, admitiu Rossoni.

Cada nome
A campanha eleitoral mal começou e alguns candidatos já chamam a atenção pela criatividade ou raridade dos próprios nomes. Somente na chapa encabeçada pelo senador Osmar Dias (PDT) se destacam os candidatos a deputados federais Fão (PDT), Chico Brasileiro (PC do B) e Marcos Pescador (PT); e os candidatos a deputado estadual Dadá (PDT), Anizoelly (PR), Toninho do Papelão (PMDB), Clesio da Copel (PC do B), Ziza (PDT), Mario da Caixa (PDT), Nelsão da Força (PMDB), Oscar da Taymara (PC do B) e Sebastião dos Metalúrgicos (PDT).

Vencida
O projeto de lei que obriga o Detran a informar aos motoristas sobre o vencimento da Carteira Nacional de Habilitação com antecedência voltou à discussão na Assembléia Legislativa. A proposta foi apresentada em abril de 2008 pelo deputado Élio Rusch (DEM). O projeto foi aprovado em plenário e vetado pelo governador Roberto Requião no início do ano seguinte. O deputado estranhou que um novo projeto com o mesmo teor estava tramitando na Casa e foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça, ontem. Rusch aproveitou o interesse pela matéria para pedir para acelerar a votação do veto, na expectativa de que seja derrubado e que a lei entre em vigor. Essa obrigação já poderia ser lei, mas até hoje o veto não foi apreciado pelo plenário. Se derrubado o veto, o governo, através do Detran, terá que comunicar aos portadores de CNH sobre o vencimento do documento com 60 dias de antecedência. Não há a necessidade de novos projetos sobre o tema.

Licenciado
O deputado Nelson Justus (DEM) se licencia hoje da presidência da Assembleia Legislativa e permanece afastado até a volta do governador Orlando Pessuti (PMDB) da turnê pela África do Sul, onde assiste à final da Copa do Mundo, a convite da Fifa. O Democrata teve que se afastar para não assumir o governo e ficar inelegível. Assim, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ/PR), Carlos Hoffmann, assume o governo. O vice-presidente da Assembleia, deputado Antônio Anibelli (PMDB), também pediu licença para não tornar inelegível o seu filho, Antônio Anibelli Neto.

Em alta
Enquanto Serra patina, a candidata do PT, DILMA ROUSSEF, surfa na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem disse que ela está madura para a disputa — e nem precisará tanto quanto se imaginava de sua presença na campanha, como já teria demonstrado seu crescimento nas pesquisas

Em baixa
A ausência de Alvaro Dias na caminhada que marcou a largada da campanha de JOSÉ SERRA ontem, em Curitiba, reforçou a sensação de que algo não anda bem no ninho tucano — e que a confusão sobre a indicação e posterior descarte de Alvaro para vice ainda poderá custar caro ao candidato junto ao eleitorado paranaense.