O discurso de posse do governador Roberto Requião (PMDB) deixa claro que o peemedebista não se conformou com o fato de que praticamente metade do eleitorado paranaense não quis dar a ele um novo mandato. Passados dois meses do segundo turno, porém, esperava-se que Requião tivesse digerido o resultado apertado. O que se viu na posse, entretanto, foi puro ressentimento destilado por quem, em tese, deveria arbitrar e não estimular os conflitos de interesse no Estado.
Rugido
Não satisfeito em marcar sua posse para às 9 horas para ir a Brasília acompanhar a cerimônia do presidente Lula (PT), Requião ainda permaneceu em Brasília. A idéia do chefe do Executivo paranaense era conversar com o petista e estreitar laços. Para o bem do presidente, é bom que Requião já tenha acalmado um pouco os ânimos depois do inflamado discurso de posse, quando atacou adversários, imprensa e empresários. Se bem, que o nosso governador só fala grosso com quando não pode ser contestado. O que não seria adequado em uma conversa de reaproximação com Lula.
Intromissão
O governador também aproveitou a estada na Capital federal para declarar apoio à reeleição do deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP) à Presidência da Câmara. Os petistas paranaenses, que apóiam o colega de partido Arlindo Chinaglia (PT/SP), não gostaram.
Contraste
Osmar Dias divulgou ontem nota em que agradece o apoio dos paranaenses na eleição e faz um balanço positivo de 2006, avaliando que saiu da disputa pelo governo como vencedor, apesar da derrota. Ao contrário de seu adversário, porém, fez questão de agradecer não só os que votaram nele, mas também os que votaram no governador, mas o trataram com respeito.
Positivo
O senador voltou a acusar Requião de ter se aproveitado do uso da máquina pública e do abuso do poder econômico para se reeleger. E também reafirmou as críticas aos institutos de pesquisa, que inicialmente garantiam que não haveria segundo turno, e depois atribuíam a Requião ampla vantagem nas intenções de voto, não confirmada no resultado das urnas. Mas lembra que mesmo assim, recebeu os votos de 49,90% dos paranaenses. Saí do processo eleitoral muito maior do que quando nele entrei”, conclui Osmar.
Ninho
Por falar em Osmar Dias, os tucanos continuam de portas abertas para o senador pedetista. O irmão, Alvaro Dias, é um dos principais incentivadores.
Renovado
O tucano João Cláudio Derosso assumiu ontem pela sexta vez consecutiva a presidência da Câmara de Curitiba. O vereador Celso Torquato, também do PSDB, foi empossado na primeira secretaria. A nova mesa executiva é completada por Tito Zeglin (PDT), Aldemir Manfron (PP), Sérgio Ribeiro (PV), Sabino Picolo (PFL) e Pasto Gilso (PL). Entre os planos para o novo mandato estão a reforma do regimento interno da Casa.
Fora do PP
O prefeito Silvio Barros anunciou, ontem que está deixando o o PP, ao qual estava filiado desde 1998. Declarou que em virtude das mudanças que fará no secretariado é necessário que esteja isento de composições políticas: “Há muitas pessoas competentes que poderiam fazer uma aliança com a administração municipal que não aceitariam o cargo por razões políticas”. Há quem diga que seja o início de uma debandada no PP do Paraná.
Em alta
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o ano com o pé direito para a alegria dos investidores e registrou novo recorde histórico, ultrapassando os 45 mil pontos: alta de 2,04% de 44.473 pontos na quinta-feira, último pregão de 2006, para 45.382,6.
Em baixa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou ontem o baixo público que acompanhou a festa da posse ontem. O desabafo foi feito em conversa com o compositor Geraldo Azevedo, no Palácio do Planalto. Por aqui, no Paraná, a posse de Requião também teve público abaixo da média