Depois de uma temporada na Alemanha, o governador Roberto Requião (PMDB) reassumiu o cargo na sexta-feira, enfrentando logo no primeiro dia de retorno ao trabalho a espinhosa tarefa de reconhecer que um de seus homens de confiança, o diretor de Finanças do Paraná Previdência, Mário Lobo Filho, ignorou solenemente suas ordens, e colocou dinheiro do fundo de aposentadoria dos servidores estaduais em bancos privados. Como sempre Requião tentou minimizar o episódio, alegando que não há risco de prejuízo para o funcionalismo.


Condescendência
O fato é que mais uma vez um integrante da cúpula do governo contrariou diretamente o discurso de Requião, e agiu de forma inversa aquilo que o peemedebista defende. O mínimo que se esperava em uma situação dessa é que o responsável fosse afastado do cargo. Mas mais uma vez o governador não demonstrou nem um milímetro da agressividade que normalmente reserva aos  adversários, e não anunciou qualquer punição contra quem desrespeitou as normas estipuladas por ele mesmo. Deu novamente uma demonstração de que é muito rigoroso com os inimigos, e condescendente quando os erros vêm de amigos.


Consolo
“Ungido” por Requião como candidato do PMDB à Prefeitura de Curitiba, Carlos Moreira Júnior renunciou ao cargo de reitor da UFPR. Como as chances dele na disputa são ínfimas, o governador já providenciou um consolo para o aliado. Reservou a ele o cargo de secretário da Educação para depois da eleição, no lugar do irmão Maurício, que o peemedebista pretende colocar no Tribunal de Contas.


O vice
O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB) foi ao Palácio das Araucárias, na última sexta-feira, informar Requião sobre a manutenção do seu projeto de ser o candidato peemedebista à Prefeitura de Curitiba. O governador teria deixado claro que o candidato é Carlos Moreira e que Rocha Loures, na melhor das hipóteses, pode ser o vice. O deputado propôs exatamente o contrário.


Fora dessa
O secretário Luiz Fernando Delazari não quis concorrer à reeleição como presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança (Consesp). Entregou o cargo ontem. Os problemas da Secretaria de Estado de Segurança já ocupam bastante a sua agenda.


Sabáudia
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou, na última sexta-feira, o ex-prefeito de Sabáudia, Ilson Mendes (DEM) e o representante da empresa NKS Comércio de Medicamentos e Materiais Médicos Ltda., Levi Perolis ao pagamento de R$ 122.392,00, valor atualizado. De acordo com o TCU, não foi comprovada a compra e entrega de medicamentos financiados com recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) com o intuito de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Foram encontradas diversas irregularidades no contrato entre prefeitura e empresa, entre elas a inexistência de registro contábil dos valores correspondentes à aquisição do material, falta de divulgação do procedimento licitatório e de documentos que comprovem a movimentação física dos medicamentos. A Polícia Federal em Londrina (PR) declarou que a empresa seria fantasma. O TCU também aplicou multa de R$ 20 mil ao ex-prefeito e R$ 10 mil ao representante da empresa NKS.


Em alta
O Conselho Universitário da UFPR (Universidade Federal do Paraná) decidiu, em reunião realizada na sexta, estender o sistema de cotas aos portadoras de deficiência. A partir do próximo processo seletivo já haverá uma vaga destinada aos portadores de necessidades especiais.


Em baixa
A Central Única dos Trabalhadores e a Força Sindical protocolaram na Casa Civil um pedido de providências para “punição dos culpados” da Polícia Militar pelas atitudes tomadas para coibir a manifestação da “massa trabalhadora” no dia 28 de maio, que pedia a redução da jornada de trabalho.