A julgar pelas análises dos políticos e caciques partidários do Paraná, ninguém perdeu a eleição do último domingo. Todos foram vencedores. Incluindo o PT, que naufragou nas principais cidades do Estado e foi solenemente rejeitado em Londrina, governada pela legenda, e onde o ex-presidente estadual do partido, deputado federal André Vargas, terminou em quinto, com pouco mais de 14 mil votos.
Crescendo
O vereador Pedro Paulo, por exemplo, insiste que o PT se consolidou com o força de oposição em Curitiba, apesar da derrota de Gleisi Hoffmann. E ainda critica os que ele chama de “analistas de plantão” que vêem o enfraquecimento da legenda. O detalhe é que na eleição de 2004, o candidato do PT, Ângelo Vanhoni, teve 31% dos votos, contra 35% de Beto Richa (PSDB). Isso é que se pode chamar de “crescimento para baixo”.
Lanterna
O líder da bancada de oposição, deputado Élio Rusch (DEM), criticou ontem os baixos investimentos em segurança pública pelo governo Requião em 2007, revelados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “É lamentável saber que o Paraná está em antepenúltimo lugar, que só investiu mais que os estados do Piauí e Ceará. Esse baixo investimento é a comprovação daquilo que vemos nas ruas, o aumento da violência”, avaliou Rusch.
Emprego
Impressionante a cara de pau de alguns políticos. O ex-reitor e ex-futuro prefeito de Curitiba, Carlos Moreira (PMDB), foi até o gabinete de Alexandre Curi (PMDB) pedir um carguinho no governo Requião. Procurado pela reportagem para falar sobre o assunto, Moreira já não exibia a simpatia dos meses de campanha e desconversou. Disse apenas que tinha retornado a UFPR, estava atendendo em seu consultório médico e ainda não tinha recebido convite algum do governador.
Na espreita
Eduardo Requião desapareceu. A assessoria da APPA confirma que o irmão do governador não está comandando nem os Portos nem a Secretaria dos Transportes. Oficialmente, Eduardo ainda aguarda o julgamento de um recurso de Cid Campelo ao Supremo. Porém, os mais próximos garantem que o secretário está, na verdade, magoado com o fato de Requião ter designado Rogério Tizzot para cuidar dos assuntos rodoviários.
Atraso
O TSE tem aproximadamente 2,5 mil ações em aberto – de um total de 6 mil recebidas durante o período eleitoral – esperando decisão ou cabendo recurso. Os ministros querem julgar todos os que podem mudar o panorama eleitoral até 18 de dezembro, quando termina o prazo para a diplomação dos eleitos.
Mãos atadas
Se permanecer no PDT, o senador Osmar Dias pode ver naufragar seu projeto de disputar o governo do Estado em 2010, com o apoio da chamada “grande aliança de oposição”. O paranaense corre o risco de ver o PDT lançar candidato próprio à presidência – limitando as alianças nos Estados, em virtude da regra da verticalização – ou apoiar o candidato de Lula, obrigando Osmar a se aliar ao PT no Paraná. Uma alternativa seria a mudança de partido.
Três anos depois
O plenário do Senado aprovou ontem requerimento apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB/PR), em 2005, solicitando ao TCU auditoria nos contratos feitos entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e países estrangeiros. “Há muito tempo estamos batendo nessa tecla, pedindo essa auditoria”, disse o senador em plenário.
Em alta
Desde de 2005 a Prefeitura de Curitiba investiu R$ 27,3 milhões em ações voltadas para a segurança pública. Os investimentos se destinaram à compra de equipamentos (de segurança, comunicação e informática) e de veículos para a Guarda Municipal.
Em baixa
O governo Requião se defende como pode das críticas e questionamentos. Ontem, na Agência de Notícias do governo, uma matéria tentava contornar o fato de o Paraná ter um dos menores investimentos em segurança. Outra defendia a reforma tributária.