A situação do secretário de Estado da Comunicação Social, Airton Pisseti, que já não era boa, piorou muito na última semana. Não adiantou nem a velha manobra de sair de férias para tentar fugir do tiroteio deflagrado pelas suspeitas levantadas em torno de seu nebuloso envolvimento na campanha presidencial do Paraguai.
Consentido
O silêncio de Pisseti em relação às revelações feitas pelo deputado Jocelito Canto (PTB), na quinta-feira, segundo o qual o secretário abandonou o trabalho na secretaria durante 25 dias desde setembro do ano passado, para atuar na disputa política do País vizinho, só complica mais o cenário. Afinal, como diz o velho ditado, “quem cala consente”.
Mau sinal
O próprio governador Requião e seu staff também não se pronunciaram sobre as novas denúncias contra Pisseti. Sinal de que o secretário pode estar sendo jogado às feras para tentar salvar a pele do chefe. Até porque, caso se confirme a informação de que ele viajou em dias úteis para trabalhar na campanha do Paraguai, o fez com a autorização de Requião, que passa a ser responsável pelos desvios que essa atitude implicam.
Derrota
O governador Roberto Requião sofreu uma derrota histórica na eleição do Procurador Geral de Justiça, na sexta-feira. Os três candidatos de oposição – Olympio de Sá Sotto Maior, Ernani Cubas Júnior e Bruno Galatti, que fizeram campanhas junto para evitar que o governador pudesse novamente indicar um aliado a partir da lista tríplice, ignorando o mais votado, como fez nas duas últimas vezes, acabaram vencendo, e impingindo um duro revés ao peemedebista.
Resposta
Daqui em diante, Requião não poderá mais contar com a “mãozinha” do comando do MP, como vinha tendo até agora, na gestão de Milton Riquelme de Macedo, que chegou a defendê-lo pessoalmente na campanha eleitoral de 2006, isentando-o de responsabilidade no caso Razera, e represando as ações contra o nepotismo no governo do Estado. O resultado mostra que a guerra declarada pelo governador à independência do Ministério Público mexeu com os brios de promotores e procuradores, que deram a resposta nas urnas.
Caos
Até ontem, o sistema de informação na secretaria de estado de Segurança continuava fora do ar, inclusive o sistema de boletins de ocorrência.
Namoro
Requião recebeu na sexta-feira o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no Palácio das Araucárias. Os dois, que há pouco tempo trocavam farpas públicas, por conta de reivindicações do governador igonoradas pelo governo Lula, agora andam de “namoro”.
Acessório
A reaproximação de Paulo Bernardo e o governador só confirma a previsão de que o PMDB de Requião deve fazer figuração na disputa pela Prefeitura de Curitiba. Como não tem um candidato viável, o partido atuará como linha acessória da candidatura da petista Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo. Em 2006, Paulo Bernardo criticou a posição do governo Requião em relação aos transgênicos. Antes disso, quando ainda era deputado federal, em 2004, foi rispidamente desafiado pelo governador a comparecer à “escolinha” para expor suas críticas ao governo do Estado.
Em alta
Na próxima semana a Assembléia Legislativa deve votar projeto de resolução da mesa executiva que disciplina o uso da tribuna. A proposta, define que o horário do grande expediente, de 30 minutos, será dividido em dois tempos iguais divididos entre oposição e situação.
Em baixa
O GOVERNADOR ROBERTO REQUIÃO termina a semana como começou: em baixa e cheio de problemas. Na sexta-feira, ele perdeu o comando do MInistério Público do Paraná, já que a lista tríplice é composta por três candidatos de oposição.