O “fogo amigo” generalizado que se instalou na cúpula do governo Requião nas últimas semanas não é exatamente uma surpresa para quem acompanha o comportamento do governador. Requião só está colhendo o que plantou. E seus subordinados apenas imitando o modo de agir desagregador do chefe, que ao invés de mediar, estimula e até provoca conflitos. Só que agora, esse modus operandi ameaça implodir o próprio governo.


Avestruz
A exemplo da carta explosiva do procurador Sérgio Botto de Lacerda, que deixou o governo acusando Requião de omisso e desleal, a nova carta, desta vez do presidente do Conselho Administrativo da Sanepar, Pedro Henrique Xavier, fazendo pesadas acusações contra a procuradora Geral do Estado, Jozélia Broliani, também não mereceu qualquer comentário oficial do Executivo. Como sempre, o governo Requião age como avestruz a qualquer sinal de crise, fingindo que nada está acontecendo, ou que o problema não é com ele.


Sem fim
Os líderes governistas na Assembléia até que tentam disfarçar, mas não escondem a preocupação com a guerra que se instalou nos altos escalões do Executivo estadual. E temem que ela continue trazendo à tona novas denúncias e acusações, para o deleite da oposição.


Ato falho
O líder do governo na AL, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), acabou se traindo, e dando indiretamente razão à Sérgio Botto quando diz que Requião é omisso em relação aos conflitos internos em sua administração. Comentando ontem a carta de PHX contra a procuradora Geral, afirmou: “Se eu fosse o governador não permitiria que um membro a minha equipe falasse mal de outro. Demitiria na hora. Mas como não sou”.


Rotina
Para variar, a sessão de ontem da Assembléia caiu por falta de quorum. Apenas 25 dos 54 deputados aparecerem. Como o quorum mínimo para votar é de 28, nenhum projeto pode ser apreciado. O presidente da AL, deputado Nelson Justus (DEM), assumiu o cargo no início do ano prometendo moralizar a Casa, e retomar as sessões das quintas-feiras. Até agora tem fracassado. Até porque, como não há punição ou corte de salários dos faltosos, tudo fica por isso mesmo.



Presença
O pré-candidato a vereador, Caco Almeida participou na última terça-feira da Audiência Pública realizada pelo prefeito Beto Richa e do vice-prefeito Luciano Ducci na Sociedade Bacacheri, que contou com a presença de mais de 600 moradores.



Descontente
O senador Álvaro Dias (PSDB) não gostou nada da derrubada da CPI que investigaria os crimes financeiros dos clubes de futebol, enterrada pela retirada de assinaturas de parlamentares governistas. Segundo ele, foi uma derrota do Congresso, em resultado à pressão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do governo. “É o Congresso Nacional que se agacha, se amesquinha e se apequena”, classificou.


Copa
Para Álvaro, a Copa do Mundo de 2014 não pode ser uma desculpa para que o Congresso feche os olhos para a corrupção. “A CBF teme investigações porque sabe que a CPI poderia identificar irregularidades praticadas pela entidade”.


Em alta
O prefeito de Curitiba em exercício, Luciano Ducci, gostaria que os próximos dias tivessem mais de 24 horas. Até o dia 21, terá que conciliar três agendas diárias – de vice-prefeito e de secretário da Saúde com a do gabinete do Prefeito Beto Richa, que está na China.


Em baixa
Dos 111 deputados federais que retiraram as assinaturas do pedido de instalação da CPI do Corinthians, que apuraria  parceria com a empresa MSI, três são paranaenses:  Angelo Vanhoni (PT), Chico da Princesa (PR) e Nelson Meurer (PP).