Trocando as bolas
Durante a audiência de ontem entre Requião e Cila Schulmann, o advogado do governador, Mario Lobo a certa altura trocou o PSDB pelo PMDB. “Então a Cila está entendendo que este pessoal acostumado a comprar eleição é do PMDB. Quer dizer do PSDB. O PMDB não compra. Ganha”, tentou corrigir com bom humor.
Tique
Quando sentou para depor perante o juiz, Requião estava visivelmente nervoso. Tentando disfarçar o constrangimento por estar cercado dos jornalistas, o governador mexia no celular, batucava na mesa e movimentava as pernas.
Amigos
Depois da audiência, ainda dentro da sala, Requião tentou puxar conversa com Cila Schulmann. “Eu sempre soube que você não poderia ter recebido R$ 10 milhões. Você já ganhou campanhas em Santa Catarina e Amazonas. Se quiser ganhar aqui no Paraná, terá que trabalhar para mim”. A publicitária não perdeu tempo e retrucou. “Se for por R$ 10 milhões, eu trabalho”.
Contradição
A certa altura, o advogado de Cila, Luiz Fernando Pereira perguntou porque mesmo sabendo da denúncia, Requião nomeou José Richa Filho diretor financeiro da Agência de Fomento do Paraná. O juiz não permitiu que a pergunta fosse respondida, alegando que não era pertinente a ação.
Naufrágio
O ex-vereador Rui Hara (PSDB) assumiu ontem a vaga de deputado em substituição a Nelson Garcia (PSDB), que foi alçado à Secretaria de Estado do Trabalho. Hara renunciou ao mandato de vereador de Curitiba. Com isso, o segundo suplente do PSDB, Miltinho Puppio, que integra a ala tucana que apóia o governador Requião, vai permanecer sem mandato. E segundo os caciques tucanos, a articulação para tornar Hara secretário municipal naufragou depois da guerra deflagrada por Requião contra o prefeito Beto Richa.
Loteria
O senador Alvaro Dias (PSDB) apresentou ontem na tribuna do Senado um relatório sigiloso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta indícios de lavagem de dinheiro por meio das loterias organizadas pela Caixa Econômica Federal (CEF). O Coaf, do Ministério da Fazenda, preparou 29 relatórios de casos entre 2002 e 2006, que envolvem 75 pessoas e um valor de R$ 32 milhões que podem ter sido lavados pelo crime organizado. Entre os casos apresentados no relatório, estão o de uma pessoa que ganhou 525 vezes nas loterias da Caixa, num total de R$ 3,8 milhões, e o de outra que chegou a descontar 107 prêmios em um mesmo dia.
Esclarecimento do MP
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) enviou ontem esclarcimentos em relação às notas divulgadas nesta coluna na edição de ontem sobre as contas do órgão relativas ao ano passado. Na nota, o MP informa que o valor total recebido do Tesouro Estadual pelo MP-PR em 2006 não ultrapassou o limite previsto desde 2005 no orçamento da Instituição para o exercício do ano passado. “O que ocorreu foi uma queda na arrecadação do Estado, que refletiu numa diminuição efetiva do valor repassado ao MP. A Instituição informa que não ultrapassou os limites orçamentários e financeiros do exercício passado, e que a liberação, não de R$ 27 milhões como foi dito na nota, mas de R$ 14,6 milhões, feita no fim de 2006, correspondeu ao saldo financeiro devido à Instituição”, diz a nota. Na nota, o Ministério Público revela que estranhou a informação de que o Tribunal de Contas teria encontrado “furos” nas contas do órgão, porque o MP não foi sequer contatado pelo órgão para prestar qualquer informação, “o que seria comum em termos de procedimento-padrão do TC, se houvesse qualquer tipo de irregularidade”.
Em alta
A definição de normas para licitação e contratação de Parcerias Público-Privadas no âmbito estadual é um dos temas que deve constar da Agenda Legislativa 2007, documento que a Fiep prepara para ser lançado em abril
Em baixa
Preocupado com o arrastão de invasões promovidas pelo Movimento Sem-Terra (MST) o deputado federal Eduardo Sciarra (PFL-PR), membro da Comissão de Agricultura da Câmara, endureceu as críticas ao Governo Federal. “O programa de assentamento não funciona”.