Fustigado pela crescente onda de denúncias envolvendo negócios do Executivo e estatais, e pela infedelidade da própria base aliada, o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), tentou justificar o “inferno astral” alegando que tudo não passaria de uma onda de “factóides” lançada pela oposição. O problema é que as justificativas de Romanelli não resistem ao confronto com a realidade. Afinal, boa parte dos problemas da atual administração vem surgindo pela ação de membros do próprio governo, e não da oposição.
Fazendo água
Basta lembrar que a onda de suspeitas de irregularidades envolvendo a Sanepar, por exemplo, foi deflagrada pelo então procurador Geral do Estado e presidente do Conselho Administrativo da companhia, Sérgio Botto de Lacerda. E foi justamente por não concordar com a forma com que essas denúncias vinham sendo tratadas que Botto, considerado então braço direito do governador Roberto Requião, se demitiu de ambos os cargos.
Caixinha
Outro exemplo foi a queda de toda a diretoria da Ceasa, por conta de suspeitas de fraudes diversas. Sem falar no caso da “caixinha” da Secretaria de Trabalho, admitida pelo próprio ex-secretário Padre Roque Zimmermann, e denunciada também pelo atual secretário Nelson Garcia. A história chegou a motivar o anúncio da demissão do diretor-geral da secretaria, Emerson Nerone, depois mantido.
Quero mais
Os prefeitos não ficaram satisfeitos com a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de autorizar a aprovar o aumento do repasse do Fundo de Participação dos Municípios de 22,5% para 23,5%. Querem que a medida tenha validade retroativa a 1º de janeiro de 2007. Caso contrário, alegam que a cada mês da demora para a aprovação representará uma perda de R$ 120 milhões aos municípios.
Prejuízo
Só no caso do Paraná, o aumento retroativo representa um ganho a mais equivalente a R$ 98,2 milhões, totalizando um repasse da ordem de R$ 2,308 bilhões. A perda para cada mês de demora na aprovação, se não houver a retroatividade, será de R$ 8,2 milhões.
Prazo
A Prefeitura de Curitiba, através da assessoria de imprensa, emitiu nota na última sexta-feira informando que o prazo determinado pelo Ministério Público (MP/PR) para que sejam tomadas providências em relação aos casos de nepotismo acaba no dia 26. Jornais da capital chegaram a noticiar que o prazo se encerraria no dia 13. Segundo a Prefeitura, a recomendação do MP está sendo analisada por um grupo multidisciplinar, que envolve a procuradoria-geral do município, Secretaria de Recursos Humanos e Secretaria de Administração.
LDO
O governo do Estado entrega na segunda-feira, à Assembléia, a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2008. A previsão de orçamento do Estado para o ano que vem é em torno de R$ 18 bilhões, contra R$ 17,3 bilhões em 2007.
Batalha
O governo do Paraná perdeu mais uma na longa e tediosa batalha jurídica que trava contra as concessionárias de pedágio. O pedido de liminar proposto pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná na Justiça Federal para autorizar a compensação dos resultados excedentes obtidos pela Concessionária Caminhos do Paraná entre os anos de 1998 a 2005, em razão da execução do Contrato de Concessão 74/97, foi indeferido liminarmente, pelo Juiz Federal Marcos Roberto Araújo dos Santos, da 4ª Vara Federal. Segundo fontes da procuradoria do Estado, a estimativa é que mais de 60. ações contra o pedágio tramitem nas mais diversas instâncias da Justiça.
Em alta
Márcia Lopes, secretária executiva do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome fará participação especial na Comissão de Educaçãod daAssembléia Legislativa na sessão do próximo dia 16. Ela fará um relatório sobre das ações do Ministério no Paraná.
Em baixa
Tudo indica que João Graça, de Londrina será o escolhido pelo PDT para assumir a Delegacia Regional do Trabalho. O nome, no entanto, não deve passar pelo crivo petista. Ele foi advogado de Belinati e representou Soraya Garcia, que fez denúncias contra o ministro Paulo Bernardo.