Os deputados de oposição questionaram ontem a postura do presidente da Sanepar, Stênio Jacob. Levado à Assembléia para tentar explicar as denúncias sobre os negócios da companhia, ele preferiu escalar a engenheira Cristiane Schwanka para falar em seu lugar, permanecendo quase todo o tempo atrás dela na tribuna do plenário.
Classe
Schwanka mais parecia uma professora falando a uma classe de adolescentes imberbes. Com um didatisto e um detalhisto excessivo, e entonações exageradas, irritou os parlamentares com uma explanação de mais de uma hora de duração.
Contrastes
Ficou evidente também ontem mais uma vez a falta de preparo da maioria dos deputados para questionarem membros do governo nesse tipo de audiência. Alguns se atrapalhavam com perguntas confusas, sem sentido, dando a impressão de que sequer sabiam do que estavam falando. O despreparo dos deputados e a postura exagerada da engenheira da Sanepar contrastou ainda mais com a postura do presidente do Conselho Administrativo da companhia, Pedro Henrique Xavier. Com a experiência de mais de 30 anos de professor de Direito da UFPR ele esbanjou objetividade, clareza e bom senso em sua explanação, arrancando elogio até dos parlamentares de oposição.
Vaidade
De qualquer forma, Xavier não perdeu a oportunidade para alfinetar seu antecessor no cargo, Sérgio Botto de Lacerda. E deixou escapar, mais uma vez, a “guerra de vaidades” travadas pelos dois, que resultou na queda de Botto.
Ralo
Em um dos poucos momentos mais contundentes da audiência de ontem da direção da Sanepar na Assembléia Legislativa, o deputado Durval Amaral (DEM), questionou Stênio Jacob, sobre os baixos resultados apresentados pela estatal nos últimos quatro anos. Amaral apresentou dados com base no balanço da Sanepar segundo os quais apesar de ter aumentado em muito sua receita, lucro, bem como o volume de investimentos, a estatal reduziu em muito o número de novas ligações de atendimento a residências no Paraná, em comparação com os últimos quatro anos do governo Jaime Lerner.
O gato comeu
Segundo Amaral, a Sanepar teve, no ano passado, uma receita de R$ 1,154 bilhão, um lucro líquido de R$ 177 milhões, e investimentos da ordem de R$ 500 milhões. Mesmo assim, o crescimento das novas ligações de fornecimento de água foi 40% menor que no mesmo período do governo Lerner, e do de ligações de esgotou, cresceu menos 52%. “Para onde foi o dinheiro?”, questionou.
Fora
O assessor especial de governo para assuntos de Curitiba e presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos, confirmou que não participará da reunião da CPI das Invasões marcada para o dia 7 do mês que vem, para a qual foi convidado. Em ofício ao presidente da comissão, vereador Tico Kuzma (PPS), afirmou que não existe nenhum fato que justifique seus esclarecimentos à CPI.
Fora (II)
Para Kuzma, o assessor tem o direito de não participar, mas perde a oportunidade de auxiliar no esclarecimento sobre as invasões e contribuir com a população curitibana. “Outra pessoa da lista dos citados deverá ser convidada. Temos uma semana para decidir entre os membros da CPI quem será chamado”, informou o vereador.
Em alta
Curitiba tem o melhor desempenho entre as capitais brasileiras no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou ontem que a cidade obteve índice de 4,7 na avaliação entre alunos .
Em baixa
Virou notícia nacional o fiasco do deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) na disputa pela liderança da Frente Parlamentar de Saúde . O adversário dele, o tucano mineiro Rafael Guerra levou 45 votos e Rosinha, um só, o dele mesmo, já que eram 46 votantes.